
Os quatro deputados estaduais devem compor a base aliada do governador Tarcisio de Freitas. Fotos: Divulgação
Atualizada às 10:27*
Os 94 deputados estaduais eleitos em outubro tomaram posse na tarde desta quarta-feira (15) em sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo. Entre os deputados estaduais que cumprirão mandato até 2027 estão quatro representantes de Sorocaba: Carlos Cezar (PL), Danilo Balas (PL), Maria Lúcia Amary (PSDB) e o estreante Vitão do Cachorrão (Republicanos). A região também estará representada com Monica do Movimento Pretas (Psol) e Rodrigo Moraes (PL), ambos de Itu.
Após 30 anos de domínio do PSDB, a Assembleia Legislativa de São Paulo será mais plural, com oposição numerosa e recorde de mulheres e negros. A renovação, no entanto, ficou abaixo de anos anteriores — foram reeleitos 55 deputados, o que representa uma renovação de 41,5%. Dos quatro deputados estaduais de Sorocaba, três foram reeleitos e apenas Vitão do Cachorrão renova a Casa Legislativa.
O alinhamento entre a Assembleia e o Palácio dos Bandeirantes, contudo, deve permanecer, já que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem mais de 60 deputados em sua base de apoio. Neste quesito, os quatro deputados de Sorocaba devem ser aliados do governador. Danilo Balas, Carlos Cezar e Vitão do Cachorrão já pertenciam à base de apoio partidária que elegeu Tarcísio. Maria Lúcia Amary só aderiu à candidatura do governador no segundo turno e deve permanecer na base aliada, embora com discurso de independência.
Assim como o PL de Jair Bolsonaro, o PT de Lula também teve bom resultado nas últimas eleições e formou a segunda maior bancada da Assembleia de São Paulo, o que fortaleceu a oposição. No total, a bancada da esquerda, que inclui Psol, Rede e PC do B, soma 25 deputados — não chegava a 20 na legislatura passada.
Após uma legislatura marcada pela violência de gênero e pelo caso de assédio à Isa Penna (PC do B), a Assembleia terá um recorde de mulheres — serão 25 deputadas (26,6% da Casa). Em 2018, 18 foram eleitas. A nova Alesp também tem o maior número de negros e pardos eleitos desde que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começou a coletar dados de autodeclaração étnico-racial: foram 7 em 2014, 10 em 2018 e 18 em 2022.
O deputado mais votado da legislatura que se inicia é o veterano Eduardo Suplicy (PT), que volta à Casa onde exerceu seu primeiro mandato, em 1979. Com 807 mil eleitores, ele terá a renda mínima como obsessão e promete oposição civilizada a Tarcísio.
Já os deputados de Sorocaba foram eleitos com a seguinte quantidade de votos: Carlos Cezar (180.690 votos), Danilo Balas (94.552), Maria Lúcia Amary (66.956) e Vitão do Cachorrão (56.729).
A posse
Esta foi a última vez que a posse na Assembleia Legislativa de São Paulo ocorreu com atraso em relação ao restante do país. A partir de 2027, a nova legislatura começa com as demais casas legislativas, em 1º de fevereiro. Por isso, os representantes desta legislatura terão um mandato mais curto em cerca de um mês e meio.
O governador Tarcísio foi à cerimônia acompanhado do vice Felício Ramuth (PSD) e de secretários, incluindo o de Governo, Gilberto Kassab (PSD), que vai ser responsável pela articulação com a Alesp. Também estavam presentes o deputado federal Ricardo Salles (PL) e prefeitos. O deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) compareceu, representando o presidente da Câmara Arthur Lira (PL-AL).
Acompanhados de familiares, os deputados lotaram o plenário em clima de confraternização, com trocas de abraços e sorrisos, independentemente dos partidos. Durante o ato de posse, cada deputado foi chamado ao microfone para responder “Assim o prometo” ao juramento. Um dos mais aplaudidos foi André do Prado (PL) que, em seguida, foi eleito presidente da Casa. Outro que esteve entre os mais aplaudidos foi Suplicy.
Alguns deputados usaram seu tempo ao microfone para fazer protestos. Mônica Seixas, por exemplo, incluiu em sua fala um protesto pela Sabesp pública, em frente ao governador Tarcísio, que pretende privatizar a estatal. A deputada de Itu também incluiu em sua fala o “povo preto, pelas mulheres, pela Sabesp pública, pelos indígenas, pelo LGBTQIA+”.
Na plateia, após os juramentos, houve um grito questionando “quem mandou matar Marielle”. Paula da Bancada Feminista (Psol) também mencionou Marielle Franco e declarou “sem paz para a extrema direita”.
* Matéria atualizada: Edson Giriboni (União), de Itapetininga, perdeu a vaga na recontagem de votos e não tomou posse