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Dallagnol repete fiasco de carreata sem carros com protesto sem povo na Paulista

Protesto fracassado ocorre após semana desastrosa para a Lava Jato, acusada por ex-delator de chantagear desembargadores do TRF4 contra Lula e o PT

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Dallagnol convidou para o ato de protesto pelas redes sociais e, apesar do apoio do Vem Pra Rua, não conseguiu quórum. Foto: Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil

A pretexto de protestar contra a cassação do deputado Deltal Dallagnol, uma direita raivosa e desunida promoveu um ato esvaziado na avenida Paulista, neste domingo (4). Perto de cem pessoas começaram o ato, que chegou a cerca de 300 em seu melhor momento. Menos que os 345 balões pretos que simbolizavam a votação do deputado cassado, levados pelo movimento Vem Pra Rua.

O ato repetiu o fiasco de uma carreata com três carros e cerca de 20 apoiadores, em 19 de maio, quando Dallagnol subiu num caminhão de som para desfilar sua solidão pelas ruas de Curitiba (PR). Na Paulista, além da falta de público, foi sentida a ausência do MBL (Movimento Brasil Livre), que dez anos atrás ajudou a inflar, com auxílio de parte da grande imprensa, as manifestações pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).

Os oradores tentaram compensar a falta de apoio popular ao protesto — precedido de publicidade nas redes sociais — com falas agressivas contra o presidente Lula (PT), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e o que a deputada Adriana Ventura (Novo) chamou de “ditadura do Judiciário”.

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) lamentou que a direita não esteja conseguindo a mesma “união” dos atos contra Dilma Rousseff. Chamou Lula de “criminoso”, criticou o Centrão, a “esquerda radical” do Congresso e poupou seu partido ao não citar os escândalos do governo de Jair Bolsonaro.

Baile da cueca

A tentativa de Dallagnol, o ex-procurador da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, de mobilizar a população em sua defesa ocorre ao cabo de uma semana desastrosa para o lavajatismo. Na sexta-feira (2), em entrevista ao programa Boa Noite 247, o ex-delator Tony Garcia denunciou que os desembargadores do TRF4-RS (Tribunal Regional Federal da Quarta Região) foram chantageados pela Lava Jato depois de uma “festa de cueca” com prostitutas oferecida a eles em um hotel curitibano.

As sentenças do TRF, por serem de segunda instância, tornavam os réus inelegíveis e, em caso e condenação, implicavam o início do cumprimento da pena — como ocorreu com o presidente Lula, cujas condenações foram, posteriormente, anuladas pelo STF.

Na entrevista ao jornalista Joaquim Carvalho, Garcia disse que havia feito as denúncias à juíza Gabriela Hardt, da Justiça Federal em Curitiba, mas “ela engavetou”.

Sobre a Lava Jato, o ex-delator revelou: “Jamais tinha passado por uma coisa tão fora da lei. Queriam criminalizar a política. Falavam que políticos eram bandidos. Criminaliza políticos, tribunais superiores, jornalistas e advogados. Deltan, Carlos Fernando, Moro. O que eles botavam na minha boca… Para buscar coisas contra o PT, para tirar o Lula da eleição.”

Deltan Dallagnol, eleito pelo Podemos do Paraná, teve seu mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com base na Lei da Ficha Limpa, sob acusação de ter pedido exoneração do cargo de procurador para evitar que os processos que o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) tinha contra ele se tornassem administrativos. A legislação proíbe que magistrados com processos não julgados na esfera administrativa sejam candidatos.

Com informações do Brasil 247 e Folhapress

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