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Comunidade LGBTQIAP+ bate recorde com eleição de 19 candidatos no primeiro turno

Gabryella Garcia (Folhapress)

Candidaturas eleitas de pessoas trans também marcaram um grande avanço para a comunidade. Erika Hilton (PSOL), por São Paulo, e Duda Salabert (PDT), por Minas Gerais, serão as primeiras pessoas trans em toda a história a ocupar uma vaga no Congresso Nacional. Foto: Flickr

As eleições de 2022 representaram um marco para a comunidade LGBTQIAP+ com um recorde de candidaturas. Levantamento feito pela reportagem, cruzando dados do coletivo VoteLGBT+ com as iniciativas Gay Blog e App Scruff, apontou para um total de 345 candidaturas. Deste total, 19 conseguiram se eleger como deputados estaduais/distritais e deputados federais. Há ainda Eduardo Leite (PSDB), no Rio Grande do Sul, que disputará o segundo turno para governador.

O número de candidaturas no pleito deste ano representa um aumento de 119% em relação ao mapeamento feito nas eleições de 2018, quando o VoteLGBT+ identificou 157 candidaturas que faziam parte da comunidade LGBTQIAP+.

Apesar de apenas pouco mais de 5% do total de candidaturas LGBTQIAP+ terem conseguido se eleger, algumas delas conseguiram votações bastante expressivas em seus Estados. Fábio Félix (Psol), que se elegeu deputado distrital, por exemplo, tornou-se o parlamentar mais votado na história de Brasília, com 51.792 votos.

Candidaturas eleitas de pessoas trans também marcaram um grande avanço para a comunidade. Erika Hilton (PSOL), por São Paulo, e Duda Salabert (PDT), por Minas Gerais, serão as primeiras pessoas trans em toda a história a ocupar uma vaga no Congresso Nacional. Erika Hilton, que no ano de 2020 já havia sido eleita vereadora em São Paulo e a mulher mais votada da cidade naquele ano, novamente obteve votação expressiva, conquistando um total de 256.903 votos. Ela foi a terceira mulher mais votada no pleito. Duda Salabert, por sua vez, tornou-se a vereadora mais votada da história de Belo Horizonte nas eleições de 2020. Desta vez, com 208.332 votos, novamente, fez história. Ela foi a mulher mais votada em Minas Gerais nas eleições e também a terceira pessoa mais votada no geral.

Além de Erika e Duda, outras três candidatas trans vão ocupar um lugar nas assembleias legislativas de seus Estados a partir de 2023. Em São Paulo, a covereadora Carolina Iara (Psol), integrante da Bancada Feminista, passará a ser codeputada estadual. Linda Brasil (Psol), com quase 30 mil votos, em Sergipe, e Dani Balbi (PCdoB), com mais de 65 mil votos, no Rio de Janeiro, também farão parte dos legislativos estaduais a partir do próximo ano.

Outra votação de destaque para a comunidade LGBTQIAP+ foi a reeleição de Natália Bonavides (PT) como deputada federal. Ela, que em 2018 já havia se tornado a deputada mais jovem da bancada do PT, foi a deputada mais votada do Rio Grande do Norte neste ano com ampla vantagem para o segundo colocado. Bonavides foi eleita com 157.565 votos, mais de 50 mil à frente do segundo colocado.

As 19 candidaturas LGBTQIAP+ eleitas em 2022 estão espalhadas por nove diferentes Estados, sendo São Paulo o que lidera. No maior colégio eleitoral do país, seis candidaturas com recorte de gênero e sexualidade conseguiram se eleger. Todas as cinco regiões do Brasil elegeram, ao menos, um candidato LGBTQIAP+ nestas eleições. Em relação aos partidos, são os de esquerda que se sobressaem, com destaque para o Psol, que elegeu oito candidaturas LGBTQIAP+. Na sequência, aparecem o PT, com cinco, e o PCdoB, com três. O cargo que mais elegeu esses candidatos foi o de deputado estadual, com um total de 12, e há, ainda, seis candidaturas que se elegeram como deputados federais e estarão no Congresso. Por fim, há um candidato distrital e a possibilidade de eleger um governador no 2º turno.

Candidaturas LGBTQIAP+ eleitas em cada Estado:

São Paulo
– Erika Hilton (PSOL) – deputada federal
– Guilherme Cortez (PSOL) – deputado estadual
– Monica Do Movimento Pretas (PSOL) – deputada estadual
– Bancada Feminista (PSOL) – codeputadas estaduais
– Thainara Faria (PT) – deputada estadual
– Leci Brandão (PCdoB) – deputada estadual

Minas Gerais
– Duda Salabert (PDT) – deputada federal
– Dandara (PT) – deputada federal
– Bella Gonçalves (PSOL) – deputada estadual

Rio de Janeiro
– Verônica Lima (PT) – deputada estadual
– Dani Balbi (PCdoB) – deputada estadual
– Dani Monteiro (PSOL) – deputada estadual

Pernambuco
– Clodoaldo Magalhães (PV) – deputado federal
– Rosa Amorim (PT) – deputada estadual

Acre
– Drª Michelle Melo (PDT) – deputada estadual

Distrito Federal
– Fábio Felix (PSOL) – deputado distrital

Rio Grande do Norte
– Natália Bonavides (PT) – deputada federal

Rio Grande do Sul
– Daiana Santos (PcdoB) – deputada federal

Sergipe

– Linda Brasil (PSOL) – deputada estadual

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