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Bolsonaro volta a chantagear STF com ameaça de mudanças na composição da Corte

Folhapress

Presidente condicionou futuros projetos de intervenção no STF, caso seja reeleito, a uma conversa com a presidente do tribunal, ministra Rosa Weber. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na manhã deste domingo (9) que deve avaliar a proposta de aumentar o número de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) somente após a eleição, e disse que sua decisão sobre o tema vai depender da “temperatura” na corte. À noite, porém, amenizou o tom e disse que pretende conversar após as eleições com a presidente do Supremo, Rosa Weber, para pacificar o clima com o Judiciário.

Em entrevista para um canal no YouTube pela manhã, Bolsonaro observou que, caso seja reeleito, poderá indicar mais dois ministros para o STF, porque Rosa Weber e Ricardo Lewandowski completarão 75 anos em 2023 e precisarão se aposentar. O atual presidente já nomeou outros dois magistrados para a corte: Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

O mandatário foi questionado por um dos entrevistadores sobre propostas de aumentar a composição do STF, que hoje tem 11 ministros. “Se eu for reeleito e o Supremo baixar um pouco a temperatura… Já temos duas pessoas garantidas lá [Kassio Nunes Marques e André Mendonça], tem mais gente que é simpática à gente […]. Tem mais duas vagas para o ano que vem, talvez você descarte essa sugestão”, afirmou o presidente ao canal Pilhado.

“Se não for possível descartar, você vê como é que fica. Você tem que conversar com o Senado também [para] a aprovação de nomes. Você tem que conversar com as duas Casas [sobre] a tramitação de uma proposta nesse sentido”, disse Bolsonaro. “E está na cara que muita gente do Supremo vai para dentro da Câmara e do Senado [com posição] contrária [à proposta], porque, se você aumenta o número de ministros do Supremo, você pulveriza o poder deles. Eles passam a ter menos poder, e lógico que não querem isso”, completou, em entrevista que teve mais de quatro horas de duração.

Depois, à noite, em uma breve entrevista a jornalistas do lado de fora do Palácio da Alvorada, afirmou que não quer “afrontar ninguém nem apresentar uma proposta que vai deixar chateado outro Poder”. “Essa não é a ideia nossa, mas [após] uma boa conversa com a senhora Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, eu entendo que a gente sai pacificado”, disse o presidente.

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