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Após polêmica, sindicato informa que reajuste de 10,06% incide sobre os 7,52% do acordo de 2021

Redação Porque

A campanha salarial dos servidores públicos municipais terminou há 20 dias, mas uma polêmica sobre o real valor do reajuste agitou o final de semana do funcionalismo sorocabano. Tudo começou quando um grupo de servidores iniciou um abaixo-assinado on-line exigindo esclarecimentos do sindicato da categoria sobre a possibilidade de o índice de 10,06% de aumento concedido este mês não incidir sobre os 7,52% obtidos no ano passado e pagos a partir de janeiro deste ano.

A dúvida gerou muita polêmica nas redes sociais e, até o meio da tarde de hoje, o abaixo-assinado já reunia 536 assinaturas, quase 5% do quadro de funcionários públicos da Prefeitura e da Câmara de Sorocaba.

Na tarde desta segunda, o Sindicato dos Servidores de Sorocaba publicou um vídeo em que afirma que os dois reajustes são cumulativos e que não haverá desconto algum. A dúvida surgiu por causa da Lei Complementar 173/2020, que vedou expressamente qualquer tipo de concessão de reajuste salarial até dezembro de 2021. Dessa forma, o valor total do aumento do ano passado só foi pago em janeiro deste ano.

Já o acordo de 2022, aprovado no dia 11 de março pelos servidores, prevê que o reajuste de pouco mais de 10% incide sobre os salários de dezembro. Dessa forma, os funcionários da Prefeitura e da Câmara levantaram a hipótese de terem perdido os 7,52% de aumento, que só foi efetivamente pago na folha de janeiro, por força da Lei Complementar 173/2021.
No vídeo publicado no meio da tarde, o presidente do Sindicato dos Servidores, vereador Salatiel Hergesel, informou que o reajuste de 7,52% foi pago em janeiro, mas já estava oficializado desde maio do ano passado. “A Prefeitura não podia pagar o valor reajustado até o término da validade da Lei Complementar 173, mas os 7,52% já estava valendo desde maio. Ou seja, o salário de dezembro já tinha esse reajuste incorporado, o que significa que os 10,06% do aumento deste ano incidem sobre os 7,52%. São cumulativos”, disse Salatiel.

INDEPENDÊNCIA?

No final do vídeo, o vereador reafirma a seriedade do sindicato e rebate as críticas que tem recebido da categoria. Parte dos servidores tem reclamado que o presidente do sindicato dos trabalhadores se aliou ao “patrão”, no caso, o prefeito Rodrigo Manga. De fato, Salatiel tem votado junto com a base aliada do prefeito na Câmara, inclusive em questões sensíveis aos servidores, como no caso do aumento de cargos de livre nomeação do prefeito no Executivo.

“A gente trabalho com muita seriedade, nosso compromisso é com a categoria. Não temos nenhuma parceria, nenhum acordo com o governo. Se o reajuste estivesse com este erro apontado pelos servidores, a gente iria corrigir. Nós nem tínhamos essa dúvida, porque tanto o sindicato quanto o governo tinham muito claro que o reajuste é cumulativo. Jamais o sindicato vai permitir que os servidores tenham uma perda como essa”, enfatizou Salatiel.

CAMPANHA POLÊMICA

No início deste mês, o PORQUE revelou que a campanha salarial dos servidores estava sendo alvo de muitas críticas da categoria (leia mais aqui). Entre outros problemas, os trabalhadores apontaram que não houve assembleia para definir a pauta de reivindicações e que nem mesmo um índice de reajuste foi proposto pelo sindicato, que deixou a definição do valor a cargo da Prefeitura, numa atitude sem precedentes na história recente da entidade.

Com as críticas, Salatiel admitiu que não apresentou uma pauta de reivindicações com o índice de reajuste e que deixou para a Prefeitura definir o valor. O Governo Manga, então, propôs um reajuste de 2,54% para ser pago agora e prometeu que os 7,52% que faltariam para atingir o índice de inflação de 2021 seriam pagos em 2023.

Os servidores se revoltaram com a proposta e, depois de muitas idas e vindas nas negociações, as partes entraram num acordo para reajuste de 10,06% pago imediatamente, com data retroativa a janeiro (leia mais aqui).

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