
Com peruca e nariz vermelho, Vinícius Aith usa a tribuna para atacar o Governo Federal, mas toma invertida do colega Francisco França. Foto: Montagem/TV Câmara
Para criticar o Governo Federal, o vereador sorocabano de extrema-direita conservadora, Vinícius Aith (PRTB), vestiu peruca e nariz de palhaço e, assim, comentou a aprovação do “imposto sindical” pelo presidente Lula. No entanto, ele foi duramente repreendido pelo colega Francisco França (PT) pelas práticas de difundir desinformações e ainda por falta de respeito à profissão de palhaço.
França explicou, em plenário, que, primeiro: o que foi aprovado foi a contribuição sindical democrática e não um “imposto”; segundo: quem aprovou a contribuição foi o STF (Supremo Tribunal Federal) e não o presidente da República; terceiro que Aith “deveria respeitar mais a profissão de palhaço e não usar essa imagem como se fosse algo ruim”.
Mal-informado
Aith justificou a fantasia para chamar a atenção sobre como “o governo do PT vem tratando o povo como palhaço, com aumento de impostos, viagens e sendo Sorocaba uma das primeiras cidades do Brasil a cobrar o ‘imposto sindical’”. Ele, inclusive, ofendeu lideranças sindicais os chamando de “parasitas” e “canalhas”.
Francisco França, por sua vez, ao usar a tribuna, se disse espantado com a atitude de alguns políticos deste país de tentar inverter as coisas e os valores. “O colega que me antecedeu [se referindo a Aith] veio criticar o PT. Eu tenho orgulho da presença do presidente Luiz Inácio Lula na Silva na abertura do Congresso da ONU, onde deu um show de democracia e foi aplaudido diversas vezes pelo plenário.”
Caricatura do passado
Para França, Lula “é diferente da caricatura do passado [se referindo ao ex-presidente Jair Bolsonaro], que ia lá [ao Congresso da ONU] só para fazer discurso eleitoral, falar mal do povo mundial e beijar a mão do louco do Donald Trump, que era o presidente do Estados Unidos na época”.
“Não vou falar que ele [Aith] não sabe o que está falando, porque sabe e sabe que está mentindo. A decisão sobre a contribuição, que pode ser cobrada dos trabalhadores, foi do STF. Não foi projeto do PT e nem do Congresso. O desconto ocorre desde que o trabalhador concorde. Está lá na decisão do STF”.
Contribuição e trabalho
Pela decisão do STF, pode haver o desconto da Contribuição Assistencial, desde que aprovada em assembleia e desde que o trabalhador não sindicalizado não manifeste direito de oposição a ela. Portanto, não se trata de um “imposto sindical”.
“Primeiro vossa excelência [Aith] nunca trabalhou na vida. Portanto, não sabe o que é um sindicato que representa de fato os trabalhadores. Porque se o trabalhador ficar na mão de uma maioria de empresários gananciosos, estariam todos ganhando salário mínimo”, conclui França, que é dirigente do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região.