Há quase duas décadas, alguns operários da fábrica Jonson Controls, em Sorocaba, apaixonados por futebol, começaram a se reunir para jogar bola nos fins de semana. Pouco depois, o grupo, formado na sua maioria por nordestinos, passou a ganhar jogos e chegou a ficar 40 partidas invictas.
A solidez do “catado” inspirou o grupo a criar um estatuto e, em outubro de 2011, nascia oficialmente no bairro Santa Marina, o Amigos de Sorocaba, conhecido como o Calango da Zona Norte.
Junto com o clube, nascia também o desejo de viajar e, já no ano seguinte, o grupo fez a primeira loucura. Intermediado por um atleta baiano do elenco, o time viajou 3 mil quilômetros (ida e volta) de carro até Correntina, extremo Oeste da Baiha, para disputar a primeira partida “internacional”, como eles batizaram os jogos que fazem fora de Sorocaba, principalmente no Nordeste, de onde vem o DNA do Amigos de Sorocaba.
O grande feito
Depois de mais de uma dúzia de viagens e uma prateleira cheia de troféus, o Calango da Zona Norte conseguiu seu grande feito, em 2022. O time se inscreveu pela primeira vez num campeonato oficial do município de Sorocaba, a Taça Manchester, o torneio de acesso da Liga Sorocabana, e sagrou-se campeão.
“Todos os nossos troféus têm importância para nós, mas o de campeão da (taça) Manchester é diferente, pois trata-se de uma competição oficial e que reúne dezenas de times”, diz Raimundo Souza Silva, o Rai, uma espécie de assessor de imprensa do grupo.
No primeiro semestre deste ano, o Calango jogou pela primeira vez a Taça Baltazar Fernandes, mas não passou da primeira fase. No momento, disputa o Supercampeonato de Veteranos pela Taça Prata, segundo nível do torneio, e está nas quartas de final da competição.
“Quem sabe a gente não belisca mais uma taça”, diz Everton Ramos de Almeida, o Calanguinho, como o atual presidente do clube é chamado.
Mais diferencial
O Amigos de Sorocaba ainda registra outro diferencial: um bar-sede que abre somente nas sextas-feiras à noite, para a resenha do pré-jogo, e nos sábados e domingos, para o terceiro tempo. “É um espaço exclusivo pra gente reunir a família e os amigos, comer uma carne de bode, reviver o Nordeste e contar algumas mentiras”, brinca Simão Ramos, outro atleta, diretor e incentivador do Calango.
Veja aonde o Calango já foi e a quilometragem rodada de ida e volta
Correntina (BA) – 3 mil km
Genioapo (SE) – 4,2 mil km
Juru (PB) – 5 mil km
Rio Barbosa (BA) – 3,8 mil km
Bernardino de Campos (SP) – 500 km
Casa Nova – BA – 4,4 mil km
Tavares (PA) – 5 mil km
Potinamdaba (SP) – 800 km
Central (BA) – 4 mil km
Lagarto (SE) – 4,2 mil km
Presidente Prudente (SP) – 900 km
Camamu (BA) – 3,5 mil km
