
Estatal anuncia que a gasolina passará a custar R$ 3,18 por litro nas refinarias, a partir desta quarta-feira (1º), quando os impostos federais voltam a ser cobrados. Foto: Agência Brasil
Em decisão negociada com governo, a Petrobras anunciou corte de 3,9% no preço da gasolina em suas refinarias. A medida ajuda a compensar o retorno dos impostos federais sobre o combustível.
Segundo a estatal, a gasolina em suas refinarias passará a custar R$ 3,18 por litro a partir desta quarta-feira (1º), quando os impostos federais voltam a ser cobrados. O valor é R$ 0,13 por litro, inferior ao vigente atualmente.
O preço do diesel também será reduzido em 1,9%. A partir desta quarta, o produto sairá das refinarias da estatal ao preço médio de R$ 4,02 por litro, R$ 0,08 abaixo do valor vigente até esta terça-feira (28).
“Essas reduções têm como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos”, diz a empresa.
A redução do preço foi negociada em reuniões entre o comando da estatal e representantes do governo. O secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, chegou a viajar ao Rio de Janeiro para se reunir com diretores da companhia.
A reunião contou também com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que depois divulgou nota dizendo que o encontro debateu “previsões para os preços futuros dos combustíveis”.
A nota destaca “o papel fundamental da Petrobras na busca de soluções para o país ao longo da história da empresa, além de reafirmar o valor e o respeito dado pelo Governo Federal à independência e às devidas regras de governança seguidas pela empresa”.
O uso da estatal para minimizar o impacto da volta dos impostos foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que a política de preços da empresa tem um “colchão”, que permite reduzir ou elevar os preços. “Ele pode ser usado”, acrescenta.
O mercado de combustíveis, porém, não via espaço para redução neste momento, embora os preços internos estejam acima das cotações internacionais. A avaliação é que o mercado externo tem tendência de alta no segundo trimestre, com a formação de estoques para o verão no Hemisfério Norte.
Em sua última projeção, do início de fevereiro, a EIA (Agência de Informações em Energia do governo dos Estados Unidos) projetava alta de 2,5% no preço médio da gasolina nos postos americanos no segundo trimestre.
O impacto dos cortes nas bombas, porém, é inferior ao valor dos impostos federais antes da desoneração. Considerando que a gasolina vendida nas bombas tem 27% de etanol, o corte da Petrobras representa queda de R$ 0,10 por litro no preço final.
Os impostos federais sobre os combustíveis representavam R$ 0,69 por litro. O governo ainda não anunciou quais serão as novas alíquotas.