Busca

Luiza Trajano pede juros baixos a Campos Neto, ou ‘vai ter muita gente quebrada’

Empresária falou diretamente ao presidente do Banco Central, "Já tivemos muito remédio amargo", disse ela durante encontro

Douglas Gavras (Folhapress)

Empresária foi direto ao ponto: “Estamos tendo excesso de produto, as indústrias não têm onde colocar, nem sempre esse remédio amargo também resolveu a inflação.” Foto: Lailson Santos/divulgação

A empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, pediu ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um sinal de que os juros irão cair.

O pedido foi feito durante evento do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), que também contou com a participação de líderes de empresas como Zara, Raia Drogasil e Arcos Dourados (franquia do McDonald’s).

Campos Neto afirmou, aos empresários, que os juros futuros no Brasil têm tido queda relevante, abrindo espaço para um corte da Selic, a taxa básica de juros, mas não detalhou quando a redução poderia ocorrer.

“A nossa realidade é diferente, o varejo puxa tudo, a indústria, a produção. Estamos tendo excesso de produto, as indústrias não têm onde colocar, nem sempre esse remédio amargo também resolveu a inflação. Já tivemos muito remédio amargo, se estou defendendo é pela pequena e média empresa. Queria pedir, por favor, para dar um sinal de [que vai] baixar esses juros”, afirmou Trajano.

A empresária reforçou que compreendia as explicações do presidente do BC, mas disse que a paciência dos brasileiros estava acabando.

“Uma coisa é, dentro de uma sala, a gente pensar tecnicamente, acho muito bom, mas outra coisa é a realidade. Sem um sinal, não vamos aguentar, quantas lojas aqui já foram fechadas? Queria te pedir, em nome dos brasileiros, para dar um sinal — e não é de 0,25 ponto, precisamos de mais.”

Campos Neto respondeu que deve voltar ao evento em um ano e que tem certeza de que a variação, olhando em retrospectiva, será positiva.

“Vai ter muita gente quebrada já”, retrucou Trajano.

mais
sobre
campos neto Luiza Trajano redução risco de quebradeira taxa de juros
LEIA
+