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Entidades se desdobram para alimentar população crescente de necessitados

“Cada vez mais temos lidado com a fome, e isso assusta bastante”, diz assistente social do Banco de Alimentos

Fernanda Ikedo

“Antes, em casa, a gente costumava comprar costela, mas tivemos que adaptar com o nosso orçamento por conta do aumento de preço. A gente passou a comprar mais carne de porco e músculo, e não ter carne todos os dias”, conta a pensionista Aparecida Nascimento, 58 anos.

Mas, para além da mudança de uma carne para outra, o desemprego e o aumento do preço dos alimentos nos supermercados fazem com que muitas famílias procurem entidades para receberem cestas básicas ou doações de alimentos.

Entre essas entidades está o Banco de Alimentos de Sorocaba, que é responsável por distribuir o excedente de alimentos de mercados e comércio. A assistente social da entidade, Meire Elen Rodrigues, explica sobre o atendimento às famílias.

As arrecadações que o Banco faz, de agricultores, mercados e comércios ajudam a evitar o desperdício de alimentos. Mesmo assim, em 2021, das 296 toneladas de alimentos que chegaram ao Banco, 19 toneladas foram descartadas durante a seleção/triagem.

Foram então doados 277 toneladas de alimentos, para famílias, comunidades e entidades cadastradas de Sorocaba e região.

“Faço o atendimento social e encaminho as famílias para receberem os alimentos nos pontos de repasse do Banco de Alimentos. São locais que dão suporte e que estão dentro dos territórios dessas famílias”, explica.

Além de entregar o alimento às entidades cadastradas no Banco, fazem também um acompanhamento por um período para saber qual é o grau de vulnerabilidade daquela família, para verificar se além da insegurança alimentar, a família precise de acompanhamento em outras situações.

“É muito comum recebermos pessoas que não conhecem seus direitos sociais, mas é algo que sempre orientamos”, constata Meire.

Entre as orientações socioassistenciais oferecidas pelo Banco de Alimentos estão: como fazer a atualização do Cadastro Único junto ao CRAS (Centros de Referência em Assistência Social), ou então, alguns casos mais específicos, quando tem necessidade de fazer acompanhamento nos CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) ou Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

“Mas, primeiro, as famílias vêm buscar questões das necessidades básicas, mais emergencial, mais gritante, que é a questão do alimento. Cada vez mais temos lidado com a fome, e isso assusta bastante”, pontua.

Meire lembra que num passado recente falava sobre segurança alimentar, boas práticas de manipulação, alimentação saudável e até aproveitamento integral dos alimentos. “Hoje, não, temos que falar sobre a fome de novo, sobre o mínimo necessário para sobrevivência.”

Quem quiser contribuir com o Banco de Alimentos o PIX é 08741511000176

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