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Prefeitura não libera verba destinada à Feira do Beco do Inferno e organizadores reclamam boicote

O evento, que tem histórico de boicote por parte do poder público, recebeu uma emenda de R$ 20 mil da vereadora Fernanda Garcia (Psol), mas a verba até agora não chegou à organização

Maíra Fernandes (Portal Porque)

Essa não é a primeira vez que a feira é alvo do boicote do governo municipal. Em julho, o excesso de burocracia causou o cancelamento da edição de agosto e, no mês seguinte, a bancada evangélica na Câmara dos Vereadores vetou o evento do calendário oficial da cidade por causa do nome da feira. Foto: Divulgação

Faltando dez dias para a realização da última edição de 2022 da Feira Beco do Inferno, os organizadores ainda aguardam uma resposta da Secretaria da Cultura (Secult) da Prefeitura sobre a liberação da verba destinada ao evento, mas que nunca chegou ao seu destino. Como denunciou uma das organizadoras, a artista Flávia Aguilera, o montante de R$ 20 mil resultante de emenda parlamentar repassada pela vereadora Fernanda Garcia (Psol) ainda não foi liberado pela pasta e, se não for repassado ainda este mês, a verba fica para a Secult. “Desde agosto, estamos tratando com a Secult para usar esse dinheiro, mas eles só nos boicotaram, nos enrolaram”, desabafou Flávia, sobre a saga envolvendo o repasse da verba destinada.

A ideia, explica a organizadora, é utilizar desse dinheiro para custear despesas divididas entre os expositores, como banheiros químicos, laudo do gerador e água. Porém, os organizadores receberam como resposta, no mês passado, que não seria possível liberar o dinheiro, pois a Secult não tem contrato com essas empresas, e só conseguiria investir a emenda em aquisição de mesas e cadeiras.

“Nós enviamos o orçamento necessário, mas daí falaram que não teriam essa quantia e ficaram de ver o quanto liberariam”, conta Flávia. No entanto, até o momento, não receberam nenhuma devolutiva da pasta. “Eles não respondem e-mail, ligamos todos os dias e não conseguimos falar com ninguém”.

Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que a feira é alvo do boicote do governo municipal. Em julho, o excesso de burocracias exigidas para o evento causou o cancelamento da edição de agosto (leia aqui) e, no mês seguinte, a bancada evangélica e conservadora da Câmara dos Vereadores vetou o evento do calendário oficial da cidade tendo como justificativa o nome da feira, em alusão à uma rua da cidade (leia aqui).

Perseguição política

Autora da emenda que repassou a verba ao evento, a vereadora Fernanda Garcia classificou a postura da Secult como “absurda”, e a situação como perseguição política. “Historicamente, os governos nunca investiram de verdade no setor da Cultura, mas no governo Manga estamos vivendo o auge do abandono e desestruturação da pasta”, reclamou a vereadora, enfatizando que a emenda enviada foi para contribuir com o evento mas, pelas últimas informações recebidas, ela não será cumprida na totalidade porque a Secretaria não nem condições de licitar os itens básicos.

“Uma secretaria que não consegue cumprir uma emenda de R$ 20 mil é uma secretaria que não existe na prática. Resultado da falta de reposição de trabalhadores e a redução do investimento que está levando a pasta ao sufocamento. Isso poderia ser resolvido com a licitação de itens de outras pastas, entretanto, a perseguição política do governo Manga à feira impede que isso avance”, reclamou.

O PORQUE entrou em contato com a Secult, via assessoria de imprensa, questionando se o valor da emenda destinado ao Fórum de Cultura e à Feira do Beco do Inferno será utilizado para a realização do evento e, até a publicação dessa matéria, não houve resposta. Também foi perguntado o motivo da demora no repasse da verba.

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