A posição do Governo Manga sobre o Carnaval em Sorocaba é apenas a “porta de entrada” de um problema ainda maior: o desmonte da Cultura no município, de modo geral. É o que afirma o músico Marcelo Mello, vice-presidente da Associação Cultural do Samba de Sorocaba (Acusa) e presidente da escola de samba Mocidade Independente Sorocabana.
Marcelo Mello foi um dos entrevistados da edição de quinta-feira (20) do webjornal Porque Sem Filtro, que também contou com a participação de José Marcos de Oliveira, presidente do Compir (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e Promoção da Igualdade Racial). Na transmissão ao vivo, os entrevistados destacaram o episódio recente, envolvendo a Prefeitura de Sorocaba, sobre o cancelamento do Carnaval fora de época no município (Leia mais aqui).
De acordo com o vice-presidente da Acusa, o desmonte cultural ocorre em uma tentativa de impedir que a “a voz do povo” possa ser proliferada através das manifestações artísticas. “Eles [políticos] deixam de reconhecer a verdadeira cultura que está sendo criada, que está sendo produzida na própria periferia”, diz Marcelo. Ele também destaca que a cultura acontece quando a administração pública fomenta, produz e consome “aquilo que as pessoas querem consumir”. “E isso também não está sendo respeitado [pelo Governo Manga]”, garante.
O mesmo é defendido pelo presidente do Compir que destacou, durante a entrevista, que Sorocaba possui uma dotação orçamentária de R$ 4 bilhões para 2023, o que não justifica a falta de repasse para manifestações culturais. “Os recursos da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Esportes aqui em Sorocaba são vergonhosos, quando você compara com outras cidades do mesmo potencial de arrecadação e populacional”, afirma José Marcos. Para ele, o que fica evidente na decisão da administração municipal é a recusa em investir na “cultura e esporte de massa”.
Confira a íntegra da entrevista (a partir de 6min38s):