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Classe artística está ‘desamparada’ em Sorocaba, desabafa Marco Antonio Fera

Cantor e compositor sorocabano, convidado da edição desta quinta-feira (27) do Porque Sem Filtro, vê cenário de "arte de guerrilha", sem esperança para o futuro

Carol Fernandes (Portal Porque)

Após o fechamento do prédio da Oficina Cultural Grande Otelo, em 2014, a classe artística sorocabana se vê, cada vez mais, abandonada pela administração municipal. É o que afirma o artista sorocabano multifacetado Marco Antonio Fera, convidado da edição desta quinta-feira (27) do Porque Sem Filtro, o webjornal do Portal Porque.

Para Marco, cultura significa política, cidadania, políticas públicas, acessibilidade “tanto para quem produz, para quem faz, para quem inicia, quanto para quem recebe esse produto, essa obra”. Entretanto, em Sorocaba, o cenário é de “arte de guerrilha”, sem esperança de futuro e, muito menos, diálogo com as autoridades políticas.

“A gente [classe artística sorocabana] não tem políticas públicas para as artes e para a cultura dentro da cidade. Então, a gente precisa ir trabalhar em outros municípios ou procurar outras formas de não deixar a nossa arte morrer”, desabafa. Por outro lado, Marco lembra que o município, com uma população estimada em mais de 700 mil habitantes, “valoriza o rodeio”, em referência às discussões na Câmara de Sorocaba sobre a retomada do evento. “A gente precisa muito trabalhar, fazer um movimento de resistência e ir contra essa maré que nos leva para um fosso”, finaliza.

Com mais de vinte anos de carreira, Marco Antonio Fera se apresenta como “cantator” (uma união entre as palavras “cantor” e “ator”), artivista das questões étnicas raciais e, também, produtor cultural e de conteúdo. Iniciou os estudos na Oficina Cultural Grande Otelo e, do prédio histórico no Centro de Sorocaba, passou pelas escolas de teatro Wolf Maya e Fernando Leal. Fez, ainda, intercâmbio na Universidad Mayor, em Santiago, no Chile. Em agosto de 2022, de volta ao interior paulista, lançou o EP “Corpo desobediente” em todas as plataformas digitais de música. É fundador do Grupo Trança de Teatro e idealizador do canal Pretinho Mais que Básico, com mais de 13 mil seguidores no YouTube.

Durante a entrevista ao Portal Porque, além de avaliar a cultura em Sorocaba, Marco também falou sobre o início de sua carreira, a visibilidade de pessoas negras nas mídias e, também, o processo de produção do EP “Corpo desobediente”, além de comentar sobre a expectativa para a apresentação no dia 1º de maio na Festa do Trabalhador, realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).

Confira a íntegra da entrevista (a partir de 5min43s):

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