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Pré-candidatos manifestam preocupação com violência na campanha política

Redação Porque

O assassinato do guarda municipal petista Marcelo Aloizio de Arruda por um bolsonarista, na madrugada deste domingo, 10, em Foz do Iguaçu (PR), durante a festa em que Marcelo comemorava 50 anos de idade, colocou em pauta uma preocupação que vem sendo tratada de maneira mais um menos velada por políticos e autoridades, mas que está presente entre os brasileiros conscientes e responsáveis: o risco de violência física entre adversários políticos, na campanha presidencial deste ano.

O guarda municipal Marcelo era dirigente do PT de Foz do Iguaçu e do sindicato dos servidores municipais. Ele foi morto pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que, minutos antes do crime, com a mulher e um filho no carro, protestou diante da entrada da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, onde ocorria a festa, aos berros de que “aqui é Bolsonaro, seu filhos da puta”. Convencido pela mulher, Guaranho saiu prometendo voltar e “matar todos vocês, seus desgraçados”.

Assassinato do petista Marcelo Arruda, na festa de seus 50 anos, acende sinal de alerta e faz com que presidenciáveis se posicionem sobre o tema. (Foto: reprodução)

Cerca de 20 minutos depois, Guaranho voltou armado e foi recebido por Marcelo e sua esposa, a policial civil Pamela Suellen Silva, que se identificaram como agentes da segurança pública. Já dentro do salão, o bolsonarista fez dois disparos, um na perna e outro nas costas de Marcelo. Mesmo ferido, Marcelo, conseguiu com sua arma desferir tiros no agressor, que até o final da noite deste domingo estava internado, segundo algumas fontes, em estado grave.

Ontem, o pré-candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva declarou solidariedade aos familiares e amigos de Arruda, afirmando que o assassino do petista foi influenciado pelo “discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável”. Já o presidente Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, pediu “que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis”, procurou atribuir a violência à esquerda e lembrou uma fala da campanha de 2018, em que afirmou dispensar apoio de quem usa da violência contra os opositores.

O pré-candidato do PDT Ciro Gomes defendeu que o ódio político deve “ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas”. Simone Tebet, pré-candidata do MDB, declarou: “Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade.” Para ela, “esse tipo de situação escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da polarização política que avança sobre o Brasil”.

Sofia Manzano, pré-candidata pelo PCB, tuitou: “Episódios como esse podem se tornar frequentes se não houver rápida contenção da violência política incentivada por Bolsonaro e sua quadrilha.”

Luiz Felipe d’Avila, pré-candidato à Presidência pelo Novo, o Brasil caminha “a passos largos para a campanha política mais violenta que já vivemos”. Ele classificou a tragédia de Foz do Iguaçu como evitável e criticou o silêncio de Bolsonaro, que só se manifestou sobre o fato à noite. JáLuciano Bivar, pré-candidato à Presidência pelo União Brasil: lamentou: “Inadmissível onde chegamos. Esta doença ‘política’ contaminou nossa gente, até aqueles que amamos lá na casa da esquina.”

Há um certo consenso de que esta pode ser uma campanha presidencial violenta, devido à polarização e ao acirramento dos ânimos. Sobre isto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao comentar o episódio, condenou “a intolerância, a violência e o ódio” por motivação eleitoral. “São inimigos da democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos três Poderes.”

Da Redação, com informações da Rede Brasil Atual, G1, CNN e Terra.

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