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Ministério da Mulher terá que dar explicações sobre fatos narrados por Damares

Folhapress

Ministério precisará esclarecer se Damares se referiu a casos reais ou se estava apenas mentindo. Foto: reprodução

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão determinou nesta terça-feira (11) que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos tem três dias para prestar informações sobre todas as denúncias de violência contra crianças que recebeu desde 2016. O pedido ocorre após a repercussão de uma fala da senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), na qual a então ministra da pasta conta de possíveis casos de abuso sexual infantil.

A solicitação da Procuradoria inclui que as denúncias devem ser reportadas “detalhadamente” e incluiu as “em trâmite ou não, nos últimos sete anos (2016-2022), envolvendo tráfico transnacional de crianças e estupro de vulneráveis”.

Em um culto com crianças presentes no último fim de semana, Damares detalhou abertamente para os ouvintes os casos de abusos sexuais, que teriam sido cometidos contra crianças na Ilha de Marajó (PA). Ela não mostrou provas no momento da fala. “Eu vou contar uma história para vocês, que agora eu posso falar. Nós temos imagens de crianças brasileiras de três, quatro anos que, quando cruzam as fronteiras, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”, relatou. Disse ainda que as meninas e meninos comem comida pastosa “para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”, afirmou a ex-ministra.

Segundo o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, as afirmações da ex-ministra causaram “preocupação e perplexidade, em especial porque pode se tratar de informações sigilosas às quais se teve conhecimento em razão do cargo público então ocupado”. Nesta terça-feira, mais cedo, a deputada federal eleita Erika Hilton (PSOL-SP) acionou a PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Damares. Em entrevista ao UOL News, Erika disse que não acredita integralmente no relato da ex-ministra, porém, afirma que, diante da gravidade das alegações, o caso merece ser investigado.

“Parece mais uma sanha eleitoral bolsonarista”, disse a parlamentar. Nesta segunda-feira, 10, o MPF (Ministério Público Federal) cobrou a senadora eleita por mais informações sobre supostos crimes que teriam sido cometidos contra crianças na Ilha de Marajó.

Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que a ex-chefe da pasta se baseia em “numerosos inquéritos já instaurados que dão conta de uma série de fatos gravíssimos praticados contra crianças e adolescentes”. “Sobre o caso específico do Marajó, o programa Abrace o Marajó foi criado justamente como resposta à vulnerabilidade social, econômica e ambiental, que caracteriza uma porção expressiva da Amazônia Brasileira”, complementou a pasta, que afirmou ter investido R$ 950 milhões em “iniciativas para o desenvolvimento econômico e social do arquipélago”.

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