
Os dois sentidos da avenida Paulista foram fechados por manifestantes que condenaram os atos de vandalismo cometidos por bolsonaristas em Brasília. Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas
Um protesto contra os atos golpistas deste domingo (8), em Brasília, reuniu manifestantes em defesa da democracia no início da noite desta segunda (9). A marcha, iniciada na avenida Paulista, em frente ao Masp, seguiu pela rua Augusta em direção à praça Roosevelt, na região central de São Paulo.
As vias foram bloqueadas. Polícias militares acompanham o ato de longe. Durante a concentração, os agentes estavam concentrados do lado oposto do Masp, na calçada do parque Trianon.
O ato pediu que não seja dada anistia aos golpistas, que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal). Estimulados pelo discurso antidemocrático do ex-presidente Jair Bolsonaro, os vândalos não aceitam a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumiu no dia 1º de janeiro o seu terceiro mandato na Presidência.
Com faixas e cartazes, manifestantes pediram “cadeia para Bolsonaro e seus generais” e “terroristas na cadeia”.
As críticas ao ex-presidente foram entoadas em gritos como “Ei, você aí, avisa o Bolsonaro que o sigilo vai cair”.
O ato foi convocado por sindicatos e movimentos sociais como Frente Brasil Popular, Povo sem Medo, Coalizão Negra por Direitos e Convergência Negra – Unidade contra o Racismo.
Houve também convocação por parte de torcidas organizadas -a chegada de integrantes da Gaviões da Fiel foi celebrada por parte dos manifestantes. A Mancha Alviverde, do Palmeiras, a Dragões da Real, do São Paulo, e a Torcida Jovem do Santos também participaram do ato.
Também surgiram bandeiras de partidos políticos, como Psol e UP. Mensagens de apoio ao presidente Lula (PT) são vistas e ouvidas ao longo da marcha.
Durante a concentração, som de músicas do grupo de rap Racionais MC’s e de artistas da MPB como Djavan, os manifestantes se misturavam na avenida Paulista a ambulantes, que vendiam toalhas, faixas e bandeiras com o rosto de Lula.
Vereador por São Paulo e deputado estadual eleito para a nova legislatura, Antônio Donato (PT) afirmou à reportagem que o ato busca repudiar qualquer tentativa de desestabilizar a democracia. “Não é possível acontecer o que aconteceu e não ter representantes nas ruas”, disse.
Quem também participou do protesto foi o recém-empossado ouvidor da Polícia de São Paulo, professor Claudinho Silva. Segundo ele, representantes da ouvidoria estão no local para acompanhar e mediar a relação entre os coordenadores do ato e a Polícia Militar.
Mais cedo, cerca de 800 pessoas se reuniram na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), para também repudiar os ataques golpistas e defender a democracia.
Aplaudido de pé, o reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior, declarou: “Não há nem haverá anistia.” “A depredação só serviu para cobrir nossa pátria de vergonha. Não podemos, de forma nenhuma, deixar prevalecer a impunidade”, afirmou. (Paulo Eduardo Dias, Folhapress)
Em Sorocaba
A manifestação em defesa do Estado Democrático de Direito, em Sorocaba, reuniu centenas de pessoas na praça da Bandeira, na Afonso Vergueiro.
Após as falas de lideranças políticas e sociais teve início, por volta das 19h30, a passeata pelas ruas do Centro.
Entre os gritos de guerra estava o “sem anistia”. O professor da UFsCar Marcos Martins, que participou da manifestação, junto com outros docentes e estudantes do campus de Sorocaba, ressaltou que o Brasil não pode repetir os erros da década de 80 que anistiou os torturadores da ditadura, ou seja, eles não foram punidos.
A coordenadora do Comitê de Luta das Mulheres de Sorocaba, Virgínia Fernandes, destacou a defesa da legitimidade do governo Lula. “O comitê foi criado antes da eleição e continuará em atividade pela defesa da democracia.”
Movimento negro, partidos políticos, profissionais liberais e artistas, além de estudantes de Sorocaba repudiaram as ações terroristas que ocorreram no domingo, 8, em Brasília, com invasões e depredações do patrimônio público.
Diversas manifestações ocorreram em todo o país em apoio ao governo Lula e às instituições. (Fernanda Ikedo, Portal Porque)