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Isenção unilateral de visto brasileiros não aumentou entrada de turistas no País

Bolsonaro livrou da obrigatoriedade do visto os Estados Unidos, a Austrália, Japão e Índia, sem, no entanto, qualquer contrapartida desses países aos turistas brasileiros

Juliana Braga (Folhapress)

Sem contrapartida e sem melhora no fluxo migratório, houve, ainda, queda na arrecadação dos Postos Consulares, que cobram para fazer a emissão do documento. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Dados preliminares levantados pelo MRE (Ministério de Relações Exteriores) mostram que a isenção do visto para quatro países instituída no governo de Jair Bolsonaro (PL) teve um impacto baixo para a vinda de turistas no Brasil.

A medida foi adotada contrariando o princípio da reciprocidade adotado historicamente pelo Itamaraty, com base no qual exige-se os mesmos critérios estabelecidos para a entrada de brasileiros em cada país. A justificativa era reforçar o turismo. Na época, livraram-se da obrigatoriedade do visto os Estados Unidos, a Austrália, Japão e Índia.

Os dados foram solicitados pelo ministro Mauro Vieira assim que ele assumiu o MRE. Para fazer a comparação, o Itamaraty isolou o período de vigência da nova norma dos impactos da pandemia de coronavírus, que restringiu a circulação a partir de 2020.

Em uma análise preliminar, constatou-se que outros fatores influenciam mais a decisão de turistas estrangeiros  visitarem o Brasil, como a proximidade e a afinidade cultural. Além disso, a isenção do visto também impactou a renda dos Postos Consulares, que cobram para fazer a emissão do documento.

Os dados apontam para a necessidade de revisão da política e a retomada da reciprocidade, mas não deve ser uma mudança de curto prazo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em Washington com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e esse assunto não figurou nas conversas dos dois.

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