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Derrotado pelo Congresso, governo prepara distribuição de absorventes higiênicos

A ação beneficia 4 milhões de mulheres de 3.500 municípios brasileiros no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)

Raquel Lopes (Folhapress)

O programa foi instituído oito meses após o Congresso derrubar um veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei aprovado que previa a distribuição gratuita de absorvente. Foto: Marcello Casal Jr

O Ministério da Saúde lançou um programa para garantir a distribuição gratuita de absorventes higiênicos a estudantes de baixa renda em escolas públicas, adolescentes internadas para cumprimento de medida socioeducativa e mulheres em situação de rua.

O programa foi instituído oito meses após o Congresso derrubar um veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei aprovado que previa a distribuição gratuita de absorvente. Em uma tentativa de diminuir sua rejeição junto às mulheres, no ano em que buscaria se reeleger, o presidente editou em março um decreto prevendo a medida.

A iniciativa beneficia 4 milhões de mulheres de 3.500 municípios brasileiros no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta fará a distribuição do recurso, e caberá ao gestor local fornecer os itens.

Pesquisa divulgada no ano passado revelou que 28% das mulheres brasileiras deixaram de ir à aula por não conseguirem comprar o item de higiene menstrual. Destas, 48% dizem que tentaram esconder o real motivo da ausência e 45% disseram acreditar que a conduta impactou negativamente seu desempenho escolar.

Além desses dados, relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) mostrou que, no Brasil, 713 mil meninas não têm acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não possuem itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

Segundo o Ministério da Saúde, serão contempladas 17,2 mil mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema, na faixa etária de 8 a 50 anos.

Além disso, serão atendidas pelo programa 3,5 mil estudantes de baixa renda, matriculadas nos níveis de ensino fundamental e médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e ensino profissional, em escolas pactuadas na adesão ao Programa Saúde da Escola.

Há também 291 mil adolescentes internadas em unidades de cumprimento de medida socioeducativa na faixa etária de 12 e 21 anos.

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