
Conselho de Segurança da ONU deve votar, na segunda-feira (16), a proposta de resolução do governo brasileiro sobre o conflito entre Israel e Palestina. Foto: ONU News/Divulgação/Agência Brasil
O Brasil, que preside o Conselho de Segurança da ONU, apresenta, nesta segunda-feira (16), a proposta de resolução que pede cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza, além da libertação dos reféns israelenses e o que governo de Benjamin Netanyahu reconsidere seu ultimato aos palestinos na Faixa de Gaza.
Para a aprovação da proposta, serão necessários 9 votos e nenhum veto dos membros permanentes do conselho, Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França. A proposta do governo brasileiro precisa do apoio da maioria dos 15 membros.
Há ainda uma proposta da Rússia, cujo texto também pode ser votado, que busca a criação de um corredor humanitário. Porém, no relatório não há condenação ao Hamas, o que deve gerar resistência de países como Estados Unidos, Reino Unido e França, aliados de Israel.
O texto brasileiro, avança em relação ao dos russos, porque condena os ataques terroristas do Hamas. Um dos pontos de destaque da proposta é o pedido de cessar-fogo humanitário, principalmente no que se refere à abertura de um corredor para que entrem alimentos, medicamentos e ajuda internacional aos mais de 2 milhões de palestinos que vivem Faixa de Gaza.
A proposta também exige a libertação dos reféns israelenses e faz um apelo para que o governo de Benjamin Netanyahu reconsidere seu ultimato aos palestinos para que mais de 1 milhão de pessoas saia do Norte da da Faixa de Gaza, além de pedir acesso das agências da ONU às populações mais necessitadas.
Condenação ao Hamas pelo governo brasileiro
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, concedeu entrevista à Globo News, no domingo (15), na qual afirma que o governo do presidente Lula condena veementemente os ataques do Hamas a Israel, porém não utiliza o termo “terrorista”, ao se referir ao grupo islâmico, por também não ser adotado pela ONU.
“Nós condenamos de maneira veemente. O twitter do presidente, que talvez tenha sido a primeira manifestação [aos ataques do Hamas] fala em ações terroristas e elas são condenadas. O projeto de resolução que foi apresentado na ONU pelo ministro Mauro Vieira fala em ações terroristas. Agora esse rótulo [terrorista] não é aceito pelo governo brasileiro porque também não é usado pelo Conselho de Segurança da ONU”, explica.
Ainda segundo Celso Amorim, países como Noruega e Turquia, membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), também não utilizam esse termo “porque é preciso negociar pela paz”.
Sorocaba proíbe manifestações pró-Palestina
A Prefeitura de Sorocaba, além de hastear uma bandeira de Israel em frente ao Paço Municipal, também elaborou projeto de lei, a ser protocolado na Câmara nesta segunda-feira, de autoria do Executivo Municipal, que proíbe qualquer manifestação de apoio à Palestina.
O texto estabelece multas de R$ 10 mil a R$ 50 mil a quem se manifestar a favor de “atos terroristas ou crimes praticados contra a humanidade em prol de grupos extremistas”, conforme é mencionado no release publicado nesta segunda no site da Prefeitura. A matéria completa pode ser conferida no Portal Porque.