
A declaração anterior de Derrite sobre rever o programa foi dada na última quarta (4), em entrevista à rádio Cruzeiro, de Sorocaba (SP). Foto: Wesley Amaral/ Agência Câmara
Em entrevista na manhã desta terça (10), o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, disse que sua fala sobre rever o programa “Olho Vivo”, que instalou câmeras em fardas da Polícia Militar, foi distorcida. “Não falei que ia acabar com o programa, distorceram minha fala. Que fique claro: não iremos acabar com o programa ‘Olho Vivo’, das câmeras, é compromisso meu e do governador”, afirmou.
A declaração foi dada por Derrite em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo. Segundo o secretário, a proposta da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) é adicionar ferramentas como a identificação de placas de carros durante o patrulhamento e telemetria para localização precisa de agentes em campo.
A declaração sobre rever o programa, contestada pelo governador após repercussão, foi dada na última quarta (4), em entrevista à rádio Cruzeiro, de Sorocaba (SP), terra natal de Derrite.
“Nós vamos rever o programa. O que existe de bom vai permanecer. Aquilo que não está sendo bom e que pode ser comprovado cientificamente que não é bom — por isso a importância de analisar esse estudo da Fundação Getulio Vargas –, a gente vai propor ao governador possíveis alterações”, afirmou Capitão Derrite, como é conhecido, que foi oficial da Rota (tropa da PM).
O secretário disse ainda que sua prioridade para a cracolândia é evitar que drogas cheguem à região. “Boa parte chega por pequenos traficantes, que levam sacolas dentro das estações de trem, de metrô e da CPTM.”
Derrite disse que a cracolândia é prioridade na gestão Tarcísio e confirmou o nome de Jair Barbosa Ortiz para o comando da 1ª Delegacia Seccional Centro.
Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que “lagartos” assumiram o tráfico na cracolândia pouco antes da migração do fluxo de usuários do entorno da praça Júlio Prestes para a praça Princesa Isabel, no ano passado. “Lagarto” é um termo dado pela polícia aos dependentes químicos que gozam da confiança dos traficantes e que geralmente prestam serviços em troca de pequenas porções de crack.
Antes mesmo da migração, segundo os policiais, esses usuários passaram a ser responsáveis pela venda das drogas como forma de evitar que os traficantes fossem presos em eventuais ações policiais, que se tornaram constantes desde a deflagração da Operação Caronte.