Busca

Com 50,9% e mais de dois milhões de votos de vantagem, Lula é eleito presidente

Portal Porque

Lula volta à presidência para um terceiro mandato, depois de governo bem avaliado e de uma campanha sistemática para criminalizá-lo. Foto: Ricardo Stuckert

Com 50,9% dos votos (apurados até as 21h), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL) e se tornou o presidente eleito do Brasil, para um mandato de quatro anos, que se inicia em janeiro de 2023 e se estende até dezembro de 2026. Este será o terceiro mandato de Lula como presidente da República Federativa do Brasil. Aos 77 anos, completados na semana passada, o brasileiro de Garanhuns (PE), ex-líder sindical e fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) já governou o Brasil de 2003 a 2006 e de 2007 a 2010.

Graças à vocação social de seu governo, Lula deixou o Palácio do Planalto com mais de 80% de aprovação, e conseguiu eleger sua sucessora, a também petista Dilma Rousseff. A gestão de Lula ficou marcada por programas de distribuição de renda e oportunidades, como o Bolsa Família, o Universidade para Todos (Prouni), o Ciência sem Fronteiras, o Samu 192, o Farmácia Popular, o Minha Casa Minha Vida. Boa parte desses programas vem passando por um desmonte sistemático depois que Dilma sofreu um impeachment (classificado como golpe pelas forças progressistas) e seu vice, Michel Temer (MDB), assumiu a presidência, em 2016.

Bolsonaro venceu em 2018 no vácuo deixado pelo PT, incriminado por denúncias de corrupção na Petrobras, no rastro da Operação Lava Jato. Perseguido como inimigo público número 1 pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, Lula acabou sendo condenado e preso por supostos escândalos de corrupção que não ficaram provados. Com Lula fora do caminho, detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), Bolsonaro venceu o candidato do PT Fernando Haddad, e o caminho se abriu para que Moro fosse recompensado pela caçada implacável ao petista, tornando-se ministro da Justiça. Mas também se abriu o caminho para a redenção de Lula, com a anulação de todas as condenações pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e Sérgio Moro sendo julgado parcial pela Suprema Corte.

Com a derrota deste domingo, o ex-deputado federal e militar reformado Jair Bolsonaro (PL) se tornou, por seu lado, o primeiro presidente desde a redemocratização brasileira, iniciada no final dos anos 1980, a não conseguir a reeleição.

A apuração da votação deste domingo foi definida matematicamente às 19h58. Às 21h, 99,9% dos votos haviam sido apurados. No total, Lula conseguiu 60.283.019 milhões de votos e Bolsonaro, 58.153.664 milhões. Os números não são finais. Os votos nulos representaram 3,16% e os em branco, 1,43%.

A vitória representa uma vitória também aos olhos da comunidade internacional, que isolou Bolsonaro devido a sua postura, especialmente, na questão ambiental. Lula, tendo como vice um ex-adversário histórico, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alkmin (PSB), herda um país cindido entre duas visões de mundo, dois projetos econômicos, dois modelos de sociedade. Sua grande promessa na campanha eleitoral foi colocar o Estado novamente a serviço dos cidadãos, com políticas públicas inclusivas, que permitam ao país sair novamente – como saiu em seu governo, mas acabou voltando no governo Bolsonaro – do mapa da fome.

Desde o início da apuração, ainda com Jair Bolsonaro à frente da totalização dos votos, uma multidão começou a se reunir na Avenida Paulista, em São Paulo, para comemorar a vitória. Em Sorocaba, a apuração foi acompanhada com festa na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal). A multidão comemorou perto das 20h, quando o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicou que a eleição estava matematicamente definida, ou seja, não havia mais chance de reversão. Carreatas se formaram pela cidade, com buzinaço e comemoração generalizada. A festa prosseguiu noite adentro.

mais
sobre
eleição 2022 eleito Lula presidente terceiro mandato
LEIA
+