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Pesquisa demonstra que sistema público de água gera tarifas mínimas mais baratas

Preço mais baixo dos sistemas públicos coloca em xeque proposta de privatização do serviço de água, defendida pelo candidato do PL ao governo do Estado

Fernanda Ikedo (Porque)

Foto: Canva

A proposta do candidato do PL ao governo do Estado, Tarcísio de Freitas, de privatizar a Sabesp despertou uma discussão sobre as desvantagens da privatização. Uma delas, a maior, é o preço: no final de outubro, após a suspensão da captação de água da represa de Ipaneminha, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae) divulgou uma pesquisa de satisfação.

Encomendada pela Ares-PCJ, agência reguladora das atividades de saneamento em 64 municípios do estado paulista, a pesquisa apontou que Sorocaba tem uma das tarifas mínima residenciais mais em conta da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

O valor praticado pelo Saae Sorocaba, de R$ 36,07, é abaixo da média praticada pelos 26 municípios da Região Metropolitana, que está em R$ 39,11, e só fica acima do valor no município de Cerquilho na RMS, que é de R$ 33,36, que também é serviço público de água.

Conforme notícia divulgada pelo próprio Saae, Sorocaba tem a segunda menor tarifa praticada na Região Metropolitana (RMS) e tem a menor tarifa em relação a municípios de outras regiões, por exemplo, em Americana, Araraquara, Atibaia, Bauru, Caraguatatuba, Indaiatuba, Limeira, Lins, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Rio Claro, Santa Bárbara D’ Oeste, São Caetano do Sul, São Carlos e Sumaré, em que o valor médio é de R$ 52,51.

No texto do Saae, o diretor-geral da autarquia, Tiago Suckow, informa que “analisando cidades acima de 400 mil habitantes, semelhantes ou de porte maior, Sorocaba também é destaque com a menor tarifa, pois Campinas, Diadema, Guarulhos, Jundiaí, Mauá, Mogi das Cruzes, Santo André, Santos e São José do Rio Preto, têm valor médio de tarifa residencial na casa dos R$ 65,08.”

Sistemas privatizados

De acordo com dados de 2020 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), os prestadores de serviço de abastecimento de água são 54,28% de administração pública direta; 34,27% no formato de autarquia como o do Saae, em Sorocaba e em Cerquinho; 8,35% de empresas privadas; 0,44% de empresas públicas e 0,44% de organizações sociais.

As principais operadoras privadas são: Aegea Saneamento, Iguá Saneamento, Saneamento Ambiental Águas do Brasil (SAAB) e BRK Ambiental. O abastecimento de água das cidades de Limeira, Mairinque, Mauá, Sumaré, entre outras 100 cidades do país, é gerido de forma privatizada pela BRK Ambiental. Em Votorantim, a concessionária Águas de Votorantim é formada pelos acionistas do Grupo Águas do Brasil e do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Em Araçoiaba, a empresa concessionária é a SAAB.

Os dados da pesquisa foram apresentados aos municípios no dia 22 de outubro, durante a 23ª Assembleia Geral Ordinária do Consórcio Público da Agência Reguladora, evento ocorrido em Americana (SP).

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