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Câmara apresenta parecer sobre representações contra Dylan Dantas semana que vem

Três representações foram protocoladas contra Dylan, por conta da invasão à escola Prof. Joaquim Izidoro Marins, em junho

Maíra Fernandes (Portal Porque)

Duas representações movidas pelo vereador contra Iara Bernardi (PT) e Fernanda Garcia (Psol) foram arquivadas. As representações contra ele terão parecer nos próximos dias. Foto: divulgação

Após mais de três meses de tramitação, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Sorocaba irá apresentar na próxima semana o parecer sobre as três representações protocoladas contra o vereador Dylan Dantas (PSC), solicitando a cassação de mandato do parlamentar por quebra de decoro no caso no caso da invasão à Escola Estadual Prof. Joaquim Izidoro Marins. A afirmação foi feita pelo próprio relator, o vereador Rodrigo do Treviso (União). De acordo com ele, um dos motivos da demora é que a defesa de Dylan apresentou um parecer jurídico favorável ao vereador recentemente, que está sendo analisado.

Ainda não está definido se haverá punição e, neste caso, qual seria a pena aplicada ao parlamentar, que teve representações pedindo punições aos seus atos ocorridos em junho tanto pela sociedade civil quanto pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Já as representações de Dylan Dantas protocoladas contra as vereadoras Iara Bernardi (PT) e Fernanda Garcia (Psol) foram arquivadas pela comissão, mas sem especificação do motivo.

O PORQUE entrou em contato com o vereador Dylan Dantas, por meio de sua assessoria de imprensa, a fim de saber sua posição sobre o caso. No entanto, até a publicação desta matéria, não obteve retorno. Caso haja interesse do parlamentar em responder, esse texto será atualizado.

Processo lento

As duas primeiras representações protocoladas contra Dantas são datadas do dia 4 de julho, e pedem a cassação do mandato por quebra de decoro. O motivo da solicitação foi a invasão praticada pelo vereador e seus assessores na Escola Estadual Prof. Joaquim Izidoro Marins, episódio em que, segundo relatos dos presentes, intimidaram os funcionários ao contestar uma atividade artística dos alunos, alegando que se tratava de “um beijo lésbico”, no dia 28 de junho. Depois, no dia 7 de julho, uma terceira representação também foi protocolada para a apreciação do Comitê de Ética Parlamentar e Decoro.

Em duas das representações constam anexos com relatos assinados por funcionários da escola, reiterando a ocorrência de atos de coerção, intimidação e homofobia que teriam sido praticados pelo parlamentar e sua equipe.

Relembre o caso

Na data em que se celebrava o Dia do Orgulho LGBTQIA+, 28 de junho, o vereador conservador Dylan Dantas e assessores invadiram a escola estadual, que havia realizado uma ação artística um pouco antes, quando duas alunas-atrizes protagonizaram um “selinho” no término de uma apresentação teatral.

De acordo com os relatos protocolados nas representações contra o vereador, Dantas chegou acompanhado de assessores, sem solicitar autorização, filmando tudo e, de maneira descrita como hostil, perguntando quem eram a diretora e a professora responsáveis pela encenação. “Eles entraram na sala da diretora inquirindo, querendo saber o responsável pelo espetáculo, e a professora saiu de lá chorando”, conta uma das fontes, que preferiu não se identificar.

Dantas  deixou o local praticamente expulso pelos alunos e debaixo de xingamentos. O parlamentar foi chamado de “homofóbico” por estudantes, que, em determinado momento, gritaram em coro: “Lixo! Lixo!”

O vereador, que em sua página no Facebook afirmou ter sido “agredido”, esteve no local, de acordo com sua versão, para atender ao chamado de alguns pais, que participavam de uma ação aberta na escola, e teriam denunciado um “selinho” ocorrido no final da encenação de um espetáculo teatral. O beijo, segundo o PORQUE apurou, à época, não constava do roteiro da apresentação, tendo sido incorporado pelas próprias alunas-atrizes. Também foi esclarecido que o evento foi idealizado para destacar a produção cultural dos alunos, e não em alusão à data.

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