
Situação dos hospitais de Sorocaba foi exposta aos vereadores pelo padre Flávio, gestor da Santa Casa, na sessão desta quinta-feira. Foto: Secom/PMS
Todos os hospitais públicos de Sorocaba estão com mais de 100% de lotação, afirmou o padre Flávio Jorge Miguel Júnior, gestor Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, nesta quinta-feira, 20. De acordo com seu relato, ele viveu na quarta-feira, 19, o que classificou como “o pior dia”, por conta da alta demanda por internações e a não possibilidade de atendimento.
“Está assustador e a gente fica angustiado”, explicou o padre, lembrando que o motivo de tanta procura pode ser uma questão sazonal, decorrente das bruscas mudanças de tempo. No entanto, como o resultado dessa falta de leitos reflete na lotação das Unidades Pré-Hospitalares (UPHs), que ficam com esses pacientes enquanto aguardam vagas, há evidências de que essa situação já vem se arrastando há algum tempo tempo, como mostra o requerimento protocolado pelo vereador Fernando Dini (MDB) nesta semana.
Motivado pelo tanto de denúncias que vem recebendo, o vereador questionou a Prefeitura sobre o motivo do expressivo número de pessoas aguardando por vagas hospitalares nas UPHs e a demora para transferência. No requerimento, Dini pede que seja informado o número de pacientes que estão nas UPHs aguardando transferência para um hospital; o tempo de espera, bem como o motivo da falta de encaminhamento. Também questiona a média mensal de pacientes nessa situação e o tempo de espera nos últimos doze meses. Outra pergunta é se essa atual situação ainda tem relação com a pandemia da covid-19.
Realidade diferente da propaganda
O documento solicita uma explanação sobre quais providências o município pretende adotar, com as entidades conveniadas, para otimizar o processo e reduzir o tempo de espera. “No interior das unidades de saúde a realidade é diferente da propaganda. Precisamos entender por que há insuficiência de leitos, mesmo após investimentos e praticamente sem casos de covid-19”, alfinetou o vereador.
Um dos casos citados pelo vereador e que chegou até o seu conhecimento por denúncias é de um paciente com 60 anos, diabético e com risco de amputação de uma das pernas. Nessa situação, ele permaneceu durante três dias, com dores, na UPH da Zona Norte, enquanto aguardava por um leito hospitalar, na semana passada.
Outra denúncia é de um jovem com problemas no coração, que teve que aguardar por oito dias na UPH até ser transferido para um hospital, no último dia 13.