
Instituto Federal de Sorocaba é um dos polos que seriam atingidos pelo novo corte anunciado pelo governo, que recuou diante da repercussão negativa. Foto: reprodução
Estudantes de vários cursos do Instituto Federal de Sorocaba (IFSP) programaram um ato na praça central coronel Fernando Prestes, com concentração às 8h, nesta terça-feira, 11, para protestar contra os cortes da Educação. A programação começa às 9h, quando deve ocorrer uma roda de conversa com os estudantes, às 9h. Às 10h30, os estudantes pretendem fazer uma caminhada pelo Centro, em defesa das universidades e institutos federais e contra o governo de Jair Bolsonaro.
O governo federal cortou R$ 300 milhões em recursos destinados aos institutos federais, no mês de junho deste ano. No dia 4 deste mês, anunciou bloqueio de R$ 147 milhões. Mas, por conta da mobilização dos estudantes que agendaram protestos pelo Brasil, incluindo ato nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE) para o dia 18, o governo voltou atrás na decisão.
A organização do protesto é do coletivo de estudantes do IFSP Sorocaba, mas haverá participação de outros movimentos e de estudantes da UFSCar. “Para a gestão do DCE, que irá se somar ao ato convocado pelo IFSP, entendemos que neste momento nossa tarefa é apontar na eleição de Lula e Haddad a principal saída para a continuidade da educação superior no Brasil, portanto um dos nossos objetivos é expor que precisamos de todo mundo votando no segundo turno”, conta o presidente do DCE Livre da UFSCar, Raul Amorim.
Em São Roque
O presidente da atlética do Instituto Federal de São Roque, João Lúcio da Silva Santos, que faz bacharelado no curso de Administração de Empresas, informa que os estudantes do campus também farão ato, marcado para quinta-feira, dia 13. “Não é porque o governo recuou que não terá manifestação. Nós sabemos da intenção deles. Na primeira oportunidade vão tentar prejudicar a gente de novo.”
Quando o governo anunciou o bloqueio do orçamento dos institutos e universidades, no valor total de R$ 328 milhões, os estudantes do campus São Roque já se manifestaram. “Nós ficamos sabendo dos cortes já na quarta feira à noite, no intervalo. Logo os alunos já demonstraram descontentamento e começaram a conversar sobre quais medidas tomaríamos. Já na quinta feira, 6, fizemos um ato no pátio do instituto, no qual buscamos conversar com o máximo de alunos sobre o histórico de cortes quem tem ocorrido desde 2019 e as consequências diretas deles no funcionamento do campus”, conta Santos.
Entenda
Além da indignação coletiva em rede nacional, o bloqueio foi denunciado pela Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) por inviabilizar o funcionamento das instituições.
A verba que seria contingenciada pelo Ministério da Educação afetaria as chamadas “despesas discricionárias”, a parte do orçamento utilizado pelas instituições de ensino para pagar despesas cotidianas como limpeza, restaurante, luz, água e bolsas estudantis.