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Auxiliares administrativos formam comissão e negociam direto com a prefeitura

Maíra Fernandes

Mais de 820 auxiliares administrativos efetivos da Prefeitura de Sorocaba se organizaram para denunciar problemas sofridos pela categoria, como desvio de função, salários defasados, incompatíveis com a função desenvolvida e outros. Sem a esperada assistência do sindicato da categoria, como disseram, mobilizaram-se para formar uma comissão e conseguiram negociar, diretamente com o governo municipal, melhorias que serão votadas na Câmara Municipal de Sorocaba nos próximos dias. Entre elas, está a extinção do cargo para os próximos concursos públicos.

A chamada “extinção na vacância” não afetará os servidores já concursados, que continuarão compondo o quadro de funcionários; no entanto, como ficou definido, se a Câmara aprovar a proposta não haverá mais concurso para essa vaga. Atualmente, os auxiliares administrativos estão divididos em diversas pastas, mas se concentram, principalmente, na Saúde (220) e na Educação (145), de acordo com nota enviada pela secretaria de Recursos Humanos (Serh).

Por desempenharem função administrativa, acabam realizando trabalhos distintos ao que rege a descrição do cargo. De acordo com a comissão, isso ocorre principalmente na Educação. Com falta de profissionais em diversos postos da pasta, os auxiliares acabam por executar, em muitos casos, funções como a de secretários de escola, profissionais cujos vencimentos são mais altos do que o piso salarial dos auxiliares administrativos.

Outra denúncia é quanto a características específicas de cada local de trabalho onde, em alguns casos, os auxiliares não incorporam direitos referentes à função desempenhada. Um exemplo é o que ocorre com servidores que desempenham o trabalho na área da Saúde, local que conta com o maior contingente de servidores administrativos. Mesmo com a pandemia, profissionais que estão alocados em ambientes da Saúde e que atendem à população não contam com insalubridade, apesar de estarem em contato com pacientes e em ambiente de alto risco de contágio.

MOBILIZAÇÃO NECESSÁRIA

Como contaram os servidores, as demandas apresentadas e debatidas já eram de conhecimento do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba. No entanto, diante do que classificam como morosidade em atender as reivindicações dos servidores, começaram a se mobilizar de forma independente. Quando da reunião da comissão de auxiliares, no último dia 24, com o prefeito Rodrigo Manga, o presidente e representantes do sindicato estavam presentes. Mesmo assim, a comissão formada por seis servidores vai acompanhar o desenrolar das tratativas com o Poder Público.

Além das denúncias citadas, também foram tratadas outras demandas apresentadas pelos servidores na reunião com o prefeito. Entre elas, destacam-se: estudos para valorização salarial; mudança na remuneração do vale-alimentação e atualização no Plano de Carreira.
“Um primeiro ponto das demandas, inclusive, já foi acatado. Será feito um projeto para que o servidor tenha a possibilidade de escolher entre vale-alimentação, valor em pecúnia ou cesta básica. As conversas sobre as peculiaridades do servidor em cada pasta da administração também deverão entrar em pauta durante o avanço dessas tratativas”, informou o governo municipal.

Para dar continuidade a esse diálogo, uma próxima reunião foi agendada para acontecer nesta semana, com a comissão formada por seis servidores, mas a data não foi divulgada.

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