
Deputado bolsonarista é contido após agressão verbal à jornalista Vera Magalhães, durante debate do último dia 14. (Foto: Reprodução)
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tentou enviar, nesta quinta-feira, 15, uma notificação ao deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), a fim de que elabore sua defesa contra as oito representações protocoladas contra ele, no Conselho de Ética da Alesp. O parlamentar, acusado de intimidação à jornalista Vera Magalhães no debate de terça-feira, 13, no entanto, não estava em seu gabinete para receber a notificação. Caso não abra o documento também enviado via e-mail, o conselho informa que outras medidas serão tomadas para que haja o prosseguimento do processo.
Garcia terá cinco sessões legislativas como prazo para apresentar sua defesa. Posteriormente, haverá uma reunião para saber se os membros do conselho acatam ou não os pedidos de cassação do mandato de Garcia, ou optarão por outro tipo de penalidade, que pode ser advertência, censura ou suspensão de mandato.
As representações solicitando a cassação de Garcia foram protocoladas por deputados do PT, PCdoB, Psol e PSDB, alegando que o bolsonarista intimidou o trabalho da imprensa, atentou contra a honra da jornalista e cometeu um ataque de gênero.
De acordo com a presidente do conselho, a deputada Maria Lucia Amary (PSDB), não dá ainda para saber o futuro desse processo, no entanto, afirmou que, dentro dos prazos, a população terá uma resposta. “Nós percebemos que (a ação) foi grave, pois atingiu a sociedade, é uma forma de violência e estamos cansados desses discursos”, falou a parlamentar, lembrando-se dos muitos outros casos de cerceamento de liberdades das mulheres e violência de gênero.
Para Maria Lúcia, as penalidades são um modo de reafirmar que imunidade (parlamentar) não quer dizer impunidade, principalmente nesse momento que o País atravessa, quando essas ações violentas acabam sendo um estímulo negativo para a sociedade. “Não podemos admitir esses tipos de comportamentos”, falou, reiterando que, nesses casos, não cabe apenas o pedido de desculpas por parte do acusado – o que, nesse episódio envolvendo Garcia, ainda não aconteceu –, pois a situação tende a se repetir.