O Ministério Público negou, na última sexta, dia 25, o pedido de audiência da Prefeitura para discutir o caso da transferência do elefante Sandro. Diante da negativa, a Prefeitura pretende protocolar, nesta segunda-feira, 28, um relatório técnico para tentar reverter a decisão do MP, de enviar o Sandro para o Santuário de Elefantes Brasil, no Mato Grosso.
Em nota, o município afirmou o desejo da permanência do animal no zoológico da cidade, e informou que o relatório que enviará ao MP foi realizado por especialistas da área, incluindo os profissionais do zoológico “Quinzinho de Barros”, casa do elefante desde a década de 1980.
O documento tem por objetivo detalhar todas as possíveis consequências que a viagem de deslocamento poderá acarretar à saúde do elefante que já se encontra idoso. (Foto: Secom Sorocaba).
O documento, que será juntado aos autos do processo, tem por objetivo detalhar todas as possíveis consequências que a viagem de deslocamento do animal de Sorocaba até o Mato Grosso poderá acarretar à saúde do elefante, bem como a mudança repentina de ambiente para um animal que já se encontra idoso.
O CASO
O futuro do elefante Sandro segue incerto desde que o município achou melhor solicitar a transferência do elefante para o zoológico do Rio de Janeiro, após a morte de Haisa, sua companheira de recinto. Porém, como há acusações de irregularidades e maus tratos aos animais no zoo do Rio, o santuário se pôs à disposição para receber Sandro.
De acordo com Eduardo Santos, vice-presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Comdema), quando do anuncio do pedido de transferência para a capital fluminense, tanto o conselho quanto o Ministério Público foram contra a decisão do município, por conta do histórico do local. No entanto, quando o Santuário apresentou toda a documentação e explicou a dinâmica dos cuidados com os animais, o MP aprovou a transferência para o Mato Grosso, entendendo ser o melhor local para o elefante viver seus próximos anos.
Após a decisão do MP, acatada à época pela Prefeitura, ongs e protetores militantes da causa animal se dividiram entre apoiadores da transferência e aqueles que preferem que o elefante continue em Sorocaba.
No último domingo, dia 20, uma manifestação em frente ao zoo, pedindo a permanência do animal, mobilizou o governo municipal, que resolveu, então, enfrentar a decisão do MP pela permanência de Sandro no zoo de Sorocaba.
Enquanto os defensores da permanência pontuam que a ida do elefante idoso para um espaço diferente, enfrentando horas de viagem, poderia afetar a saúde do animal, ativistas e profissionais que defendem a ida para o santuário explicam que toda essa mudança tem sido estudada e respaldada profissionalmente, de modo a assegurar a integridade física e emocional de Sandro, bem como garantir qualidade de vida.
Além de estudos, documentação e pareceres, membros do santuário têm participado das reuniões do Comdema, a fim de esclarecer a estrutura e o funcionamento do local.
