
“Nós, moradores, começamos a limpar o local e fizemos uma área de lazer, com campinho para as crianças. Daí, passou um tempo, a Prefeitura veio aqui e disse que ia regularizar, que ia fazer a documentação. Foram só promessas”, conta o auxiliar de serviços gerais Lucas Mantovani Nunes. Foto: Divulgação
“Além de não dormir direito por causa do barulho constante, ainda nossas casas tremem e já apareceram várias rachaduras nas paredes. Estamos muito estressados e, por parte da Prefeitura, sentimos um descaso total”, afirma o auxiliar de serviços gerais Lucas Mantovani Nunes, um dos moradores da antiga rua F, no Jardim Abatiá, zona oeste de Sorocaba.
Nunes conta que quando chegou ao bairro, há oito anos, com a família, a área era só mato e “lixão”. “Nós, moradores, começamos a limpar o local e fizemos uma área de lazer, com campinho para as crianças. Daí, passou um tempo, a Prefeitura veio aqui e disse que ia regularizar, que ia fazer a documentação certinho. Foram só promessas. De 2017 para 2018, um empreendimento começou a ser feito aqui, na porta das nossas casas”, relata.
A situação é a mesma para Elyeser de Sousa, que também reclama omissão por parte da Prefeitura e indignação por parte do empreendimento que está sendo construído. “Tem muita coisa errada e estamos com advogada para garantir nossos direitos”, conta.
“Ninguém veio conversar com os moradores sobre o que ia acontecer. Enquanto o empreendimento ia subindo, o pessoal da Prefeitura disse que não ia nos prejudicar”, conta Nunes, que, assim como outros moradores, sentiu-se enganado.
“Nós temos um documento nosso, que é da gleba. Uma das casas foi demolida para a Prefeitura passar uma rua, mas não passa de uma viela. Como vai fazer rua ali? As casas ao lado serão condenadas?”, questiona o morador.
A construtora Múltipla Engenharia, responsável pelo empreendimento chamado de Superquadra Wanell Ville, foi contatada pela reportagem do PORQUE. O diretor jurídico Armeu Antunes respondeu que a construção está limitada à matrícula. “A gente se dispôs a ajudar no que é possível, mas, no caso da rua, a questão é com a Prefeitura, que está fazendo, mas não tem a ver com o empreendimento”, argumenta.
A Prefeitura de Sorocaba foi questionada em relação à desapropriação para implantação da referida rua que corta as casas dos moradores, mas não retornou à reportagem.