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Sorocaba revela sinais da crise climática nas quatro estações do ano; confira

Chuvas intensas, calor fora de época, estiagem acima da média... O tempo em Sorocaba confirma a tese de que estamos passando por um colapso climático

Fábio Jammal Makhoul (Porque)

De um ano e meio pra cá, Sorocaba já decretou situação de emergência pública por três vezes em razão das chuvas, enchentes e alagamentos. O caos que tomou conta da cidade nos verões de 2022 e 2023 mostra que casos assim vêm se tornando cada vez mais frequentes, confirmando a tese de cientistas e ambientalistas de que estamos passando por um colapso climático. Só neste ano de 2023, Sorocaba teve, pelo menos, uma amostra da crise climática em todas as quatro estações do ano. Confira algumas evidências dessa crise levantadas pelo Portal Porque.

CHUVA DE VERÃO FOI 50% MAIOR QUE A MÉDIA HISTÓRICA

Moradores da Vila Porcel tem de enfrentar a água, que estava acima dos joelhos, para chegar em casa, em fevereiro. Foto: Divulgação/MJ Neto

As chuvas de verão de 2023, em Sorocaba, foram as maiores dos últimos 10 anos e superaram em 50% a média histórica para a estação, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). De 1° de janeiro até o dia 20 de março, quando começou o outono, o acumulado total de chuvas em Sorocaba foi de 885,3 milímetros. A média para o verão é de 596 milímetros.

OUTONO MAIS SECO DERRUBA NÍVEL DA REPRESA EM UM TERÇO

Com a estiagem acima de média, o nível da represa de Itupararanga caiu de 91% para 64% em menos de seis meses. Foto: Renata Rocha

Ao contrário do verão com recorde de chuvas, o outono de 2023 foi seco em Sorocaba, com índice pluviométrico abaixo da média histórica. Depois de chover cerca de 900 milímetros nos três primeiros meses do ano, a cidade não registrou mais que 200 milímetros durante todo o outono. Com a estiagem acima de média, o nível do reservatório da represa de Itupararanga, que chegou a 91% de sua capacidade entre janeiro e fevereiro, caiu para 64% em agosto. Se no começo do ano a preocupação era com a represa cheia, agora é com a possibilidade de faltar água, segundo a CBA, companhia que administra Itupararanga.

EM PLENO INVERNO, CALOR BATE RECORDE

No dia 24 de agosto, a temperatura chegou a 34,1ºC e bateu recorde na série histórica para o mês; apesar do inverno, o dia foi mais quente que 26 de janeiro, o pior dia de calor no verão deste ano. Foto: Divulgação/Prefeitura de Sorocaba


No inverno deste ano, Sorocaba sofreu com um calorão fora de época e quase não registrou dias de frio intenso, ao contrário de 2022. No dia 24 de agosto, por exemplo, a temperatura chegou a 34,1ºC e bateu o recorde de calor, com a temperatura mais alta registrada para o mês de agosto, desde 2006, quando o Inmet começou a coleta de dados em Sorocaba. Além disso, o calor em pleno inverno superou a maior temperatura registrada em Sorocaba no verão deste ano (33,6ºC, em 26 de janeiro).

PRIMAVERA COMEÇA COM 5°C ACIMA DA MÉDIA E CHUVA RECORDE

Outubro já é o mais chuvosos dos últimos 10 anos. As tempestades têm causado estragos em Sorocaba. Foto: Alessandro Siqueira/Cortesia

A primavera começou em Sorocaba com os termômetros marcando 5°C a mais que a média histórica, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. No dia 24 de setembro, a cidade registrou o dia mais quente do ano, com 38°C. A maior máxima do ano até então havia sido, justamente, no dia anterior, 23 de setembro, quando a primavera começou com os termômetros na casa dos 36,6°C. Além do calor, a primavera sorocabana também mostra os sinais da crise climática com a chuvarada deste mês: o índice pluviométrico registrado pela Defesa Civil em Sorocaba em outubro é recorde em relação aos últimos 10 anos.

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