
Em sua 28a. edição, evento foi um contraponto em todo o Brasil à manipulação eleitoral do 7 de Setembro pelo bolsonarismo (Foto: Divulgação/MST)
Representantes de movimentos sociais e de comitês populares distribuíram cerca de 3.000 kits com alimentos para pessoas em situação de rua na praça da Sé, em São Paulo, nesta quarta-feira (7).
Organizada pelo Movimento da População de Rua, pela campanha Gente é para Brilhar e não para Morrer de Fome, pelos Comitês Populares e pelo MST (Movimento Sem Terra), a iniciativa integra a programação do 28º Grito das Excluídas e dos Excluídos.
Um ato político também ocorreu no local. O vereador Eduardo Suplicy (PT) participou do evento e publicou um vídeo nas redes sociais em que aparece cantando “olê, olê, olá, Lula, Lula”.
“Nem a chuva, nem o frio impediram que estivéssemos nas ruas para apoiar o 28º @gritoexcluidosp na Praça da Sé. No protesto contra a fome foi oferecido café da manhã para 5 mil pessoas em situação de rua”, escreveu Suplicy no Twitter.
Criado em 1995, o Grito dos Excluídos é uma manifestação de alas católicas que tem apoio do MST. A expectativa, deste ano, era que elas ocorressem em número menor.
Ele foi marcado para ocorrer nos 26 estados, Exceto no Distrito Federal. Como a Folha mostrou, a avaliação de integrantes do MST, por exemplo, é que a capital tem clima mais hostil, já que tem uma maioria apoiadora de Bolsonaro, e os atos ocorreriam em pontos próximos.
Em Salvador
O tradicional “Grito dos Excluídos” percorreu as ruas do centro de Salvador na tarde desta quarta-feira (7) capitaneado por movimentos sociais organizados e partidos de esquerda.
Acompanhados de um minitrio e carros de som, os manifestantes fizeram apelos por políticas de moradia popular, pela melhoria do sistema de saúde e criticaram o avanço da pobreza e da fome no governo Jair Bolsonaro (PL).
Também houve tom eleitoral, com a participação de candidatos a deputado estadual, deputado federal e faixas em defesa da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto.
O ato não teve participação do candidato a governador Jerônimo Rodrigues (PT), aliado de Lula no estado, mas compareceram os candidatos Kleber Rosa (PSOL) e Giovani Damico (PCB).
“O Grito dos Excluídos acontece simbolicamente na contramão do ato oficial do Exército. É o momento de luta do povo por uma verdadeira Independência”, disse Damico.
O ato estava previsto para sair ainda pela manhã, mas só teve autorização para ganhar as ruas após o fim da cerimônia oficial na praça do Campo Grande.
Em Recife
Enquanto acontecia o desfile cívico oficial para celebrar os 200 anos da independência do Brasil, na zona sul do Recife, movimentos populares se reuniram no centro da cidade para a tradicional manifestação do Grito dos Excluídos, que neste ano chegou à sua 28ª edição.
Com o tema “Brasil: 200 anos de (In)dependência. Para quem?”, os atos tiveram o objetivo de reverberar a “voz dos que não foram incorporados a esse Brasil considerado independente”.
O evento iniciou a concentração no parque Treze de Maio, no bairro de Santo Antônio, sem a chuva registrada nos últimos dias na capital pernambucana.
Quem saiu cedo para defender as bandeiras do movimento se posicionou a favor da democracia e também pediu pela construção de um projeto popular para o país e defendeu a agroecologia.
Mesmo com o caráter social do ato, a campanha eleitoral não deixou de estar presente ao longo da caminhada, que seguiu até a praça da Independência. Não foram permitidos discursos de candidatos nos trios elétricos.
Ainda assim, candidatos marcaram presença, como os vereadores do Recife Ivan Moraes e Dani Portela, ambos do PSOL e candidatos a deputado estadual, os deputados federais Túlio Gadêlha (Rede) e Carlos Veras (PT), a concorrente ao senado Teresa Leitão (PT) e a candidata ao governo de Pernambuco e líder nas pesquisas, Marília Arraes (Solidariedade).
Ao longo do percurso, os manifestantes puxaram coro de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e críticas a Bolsonaro.
Os manifestantes também vestiram roupas vermelhas e distribuíram adesivos de apoio a Lula. Um caixão preto com uma foto de Bolsonaro foi levado por participantes do ato, como crítica ao presidente.