
Instituição postou storie no Instagram no qual se limita à informar que suspeitos não irão comparecer às aulas. Foto: Divulgação
O morador de Piedade, de 22 anos, encontrado pela Polícia Federal com diversos livros relacionados ao nazismo e sobre homicídio em massa, é aluno da Fadi (Faculdade de Direito de Sorocaba). Ele também fazia parte de um grupo de apologia ao nazismo no WhatsApp. A denúncia foi publicada pela direção do Centro Acadêmico Rubino de Oliveira (Caro) nas redes sociais, na noite desta segunda-feira (9).
Na carta aberta, o órgão explica que tomou conhecimento do caso ao receber prints de conversas de WhatsApp, fotos e vídeos no grupo dos alunos, apontando para publicações de cunho nazista. De acordo com a direção do centro acadêmico, o autor foi identificado como estudante da Fadi.
A publicação destaca que tal situação é inaceitável e afirma que o centro acadêmico condena as atividades e declarações do suspeito. A nota completa que o órgão “se põe em completa indignação”, além de estar à disposição para “colaborar com qualquer campanha e/ou atividade que promovam os direitos humanos e combatam o nazismo e outras ideologias criminosas”.
A direção do Caro enfatiza que é preciso que a justiça seja feita e que os responsáveis por compartilhar tais conteúdos – “ainda que em tons de brincadeiras” – sejam punidos pela conduta criminosa. Por fim, a carta aberta pede um posicionamento da Fadi.
Segundo alunos, a Fadi também recebeu denúncias que outros alunos – além do investigado pela PF – estariam envolvidos em atividades criminosas do mesmo tipo. Inclusive, na época da manifestação contra a demissão da professora Iris Lippi, um cartaz com discurso de ódio foi encontrado nas dependências da faculdade.
O Portal Porque procurou a faculdade para saber o posicionamento da instituição sobre o caso, mas não teve resposta. Uma publicação no stories no Instagram da Fadi limitou-se a informar que “o diretor da Faculdade de Direito de Sorocaba comunica aos alunos que os suspeitos envolvidos em procedimentos investigatórios não comparecerão às aulas em virtude de decisão consensual e em respeito à tranquilidade acadêmica.”
O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.
O caso
De acordo com publicação do G1 Sorocaba, a Polícia Federal de São José do Rio Preto chegou ao jovem em Piedade após identificar um grupo de pessoas que usava a internet para fazer apologia ao nazismo. As ações discriminatórias do grupo tinham como alvo negros, homossexuais, nordestinos, judeus e católicos.
Além de postagens elogiosas à Adolf Hitler, o suspeito estava em grupo de WhatsApp denominado “Truppen des Aufständische” (tropas insurgentes, em alemão). Ele não foi preso, mas responder por crimes de preconceito de raça ou cor.