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Governo Lula beneficia três hospitais que tratam câncer em Sorocaba com 8,8 milhões

Na Santa Casa, recursos federais aumentam em 575% em comparação ao mandato de Bolsonaro; Conjunto Hospitalar e Gpaci também vão receber mais verbas do Ministério da Saúde

Paulo Andrade (Portal Porque)

Investimentos na área de saúde que vêm do Governo Federal vão beneficiar a Santa Casa de Misericórdia, o CHS e o Gpaci. Foto: Reprodução/TV Brasil

Portaria da ministra da Saúde, Nísia Trindade, publicada no Diário Oficial da União de 5 deste mês, reajusta o teto de verbas para tratamentos de saúde de média e alta complexidade em dezenas de estados e municípios brasileiros.

A medida vai beneficiar três hospitais oncológicos de Sorocaba: Santa Casa de Misericórdia, CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba) e Gpaci. Juntos, eles vão receber mais de R$ 8,8 milhões por ano para tratar o câncer.

A Santa Casa, por exemplo, vai receber, por ano, R$ 4.727.969,53. O CHS, mantido pelo Estado, vai receber outros 3.157.395,53 do Governo Federal. Já o Gpaci (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil) passa a receber 953.473,79 anuais.

O gestor da Santa Casa, padre Flávio Jorge Miguel Júnior, considera o reajuste “uma bênção”. Ele conta que antes [se referindo ao Governo Bolsonaro] recebia R$ 700 mil anuais para o tratamento oncológico. A diferença entre os R$ 4,7 milhões e os R$ 700 mil representa um aumento de 575,42% nos recursos federais para a oncologia do hospital.

Padre Flávio lembra que esse novo valor representa R$ 400 mil por mês, que, se somados a outras verbas — como repasses estaduais, emendas parlamentares, doações, entre outras fontes –, o hospital passará a dispor de R$ 2,3 milhões mensais para oncologia.

R$ 457 mil mensais

Além dos R$ 400 mil por mês que vai receber do Governo Federal, a Santa Casa ganha R$ 25.766 para casos eletivos de neurocirurgia de alta complexidade e R$ 31.988,11 para ortopedia de alta complexidade. O total é de mais de R$ 457.700 em recursos mensais da União.

Ainda de acordo com o padre, o Estado repassa R$ 1,2 milhões por ano para oncologia (R$ 100 mil mensais), além de um incremento mensal de R$ 16.334,16 para neurocirurgia e R$ 25.949,62 para ortopedia.

Enquanto isso, notícias recentes dão conta de que a Prefeitura de Sorocaba está cortando verbas e cancelando cirurgias eletivas na Santa Casa e em outros hospitais.

Segundo a lista de hospitais beneficiados, de acordo com a Portaria GM/MS nº 1.516, de 5 de outubro de 2023, o Governo Federal está investindo 306.414.308,28 anuais no tratamento de alta complexidade, como o câncer.

Peregrinação do padre

Não foi por acaso que o padre Flávio recebeu a informação sobre o aumento de verbas, por telefone, no fim de semana passado, pelo próprio vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

O gestor da Santa Casa de Sorocaba afirma que seus contatos políticos não têm “nenhuma conotação de política partidária, só de política pública para a saúde”. Mas, desde o início do governo Lula, ele viu possibilidades de obter recursos nessa área.

Em 13 de maio, em visita do ministro da Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, ele pediu ao ministro que intercedesse em Brasília para o aumento de verbas para o Hospital do Câncer Divina Misericórdia da Santa Casa.

Em 16 de maio, o padre foi até Brasília conversar com o vice-presidente Alckmin. Na reunião, pediu também mais atenção à Santa Casa, além da compra de um aparelho de ressonância magnética de R$ 9 milhões. Pediu ainda a liberação de emendas parlamentares federais. A reunião teve a participação do deputado federal Vitor Lippi (PSDB).

Mais recentemente, padre Flávio Jorge esteve em um evento sobre economia no Parque Tecnológico de Sorocaba, onde pôde reiterar os pedidos a Geraldo Alckmin e ao ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.

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