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Justiça nega, pela 3ª vez, pedido de Carrara para voltar ao cargo de secretário de Educação

Marcio Bortolli Carrara foi afastado pela Justiça do cargo por suspeita de compra superfaturada dos kits de robótica. Pelo mesmo motivo, ele e o prefeito Manga estão com os bens bloqueados

Paulo Andrade (Portal Porque)

Apesar de afastado pela Justiça, Carrara não foi exonerado por Manga e continua recebendo salário como secretário da Educação em Sorocaba. Foto: Divulgação/Prefeitura de Sorocaba

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou, pela terceira vez, nesta quinta-feira (28), um pedido de Márcio Bortolli Carrara para voltar a ser secretário de Educação no governo do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). Ele está afastado do cargo desde 24 de maio devido ao seu envolvimento, como réu, na ação judicial sobre a compra superfaturada dos kits de robótica. Pelo mesmo motivo, Carrara e o prefeito Manga estão com os bens bloqueados pela Justiça desde maio.

Carrara já havia tentado voltar ao cargo, por meio de recursos jurídicos, no dia 6 de junho e no dia 26 de agosto. Ambos também foram indeferidos pela Justiça. A suspeita de corrupção e superfaturamento dos kits de robótica está sendo apurada em ação judicial encabeçada pelo MP (Ministério Público), na Vara da Fazenda Pública de Sorocaba. A compra também é investigada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Segundo a acusação, a Prefeitura, com aval do então secretário Carrara e assinatura do prefeito Manga, comprou 30 mil kits de robótica por R$ 26,3 milhões no final de 2021. Cada kit custou R$ 740, enquanto o preço do produto no mercado, de acordo com o MP, variava de R$ 14 a R$ 29 a unidade.

Mesmo tendo sido afastado pela Justiça, Carrara não foi exonerado até hoje pelo prefeito Manga. Por isso, continua recebendo seus salários de R$ 17,6 mil mensais, normalmente. Quem está como secretária substituta da pasta é a servidora de carreira Marlene Manoel da Silva Leite.

Decisão desta quinta

No mais recente pedido para voltar ao cargo, os advogados de Carrara, Wilton Luis da Silva Gomes e Felipe Augusto da Costa entraram com “Agravo de Instrumento com Pedido de Antecipação de Tutela Recursal” junto ao TJSP, no dia 26 de setembro.

Entre as alegações para o retorno de Carrara à pasta constava que a “decisão agravada não só carece de motivação adequada, mas com o devido acatamento, parte de presunção de culpa ou dolo do Agravante, fazendo uso de medida tão grave como a do afastamento do seu cargo como providencial diante destas meras e gravíssimas presunções”.

Em sua decisão, nesta quinta (28), a desembargadora relatora do Tribunal, Mônica Serrano, não concordou com a argumentação, e diz que o pedido carece de “motivação capaz de ensejar a reforma da decisão do juízo a quo. Desta feita, ausentes os requisitos legais, indefiro o efeito suspensivo ao recurso.”

Dessa forma, Carrara continua fora do cargo de secretário de Educação até novembro, quando termina o prazo de afastamento por seis meses, decretado pela Justiça.

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