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Com ar-condicionado quebrado, sala de suprimentos cirúrgicos do CHS chega a 28°C

Temperatura ideal do local precisaria estar a, no máximo, 22°C para evitar a proliferação de bactérias e, em uma situação extrema, causar infecção hospitalar nos pacientes

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)
  • Termômetro aponta a temperatura da sala de suprimentos cirúrgicos esterilizados na manhã desta terça-feira. Foto: Divulgação/SindSaúde
  • Na sala quente estão os suprimentos esterilizados usados em cirurgias. Foto: Divulgação/SindSaúde
  • Para diminuir o calor, as janelas precisam ficar abertas, o que vai contra as regras técnicas para esse tipo de espaço. Foto: Divulgação/SindSaúde
  • Com a janela aberta, insetos entram na sala que deveria ser mantida completamente isolada. Foto: Divulgação/SindSaúde

Com mais uma onda de calor que passa por Sorocaba, a sala da Central de Materiais de Esterilização, no segundo andar do CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba), está fervendo. O motivo de tanto calor não é somente o tempo quente desses dias, mas sim a falta de um equipamento de ar-condicionado que funcione de verdade.

A denúncia do SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo) é que o ar-condicionado da sala está quebrado há um bom tempo e, mesmo com vários apelos para que seja consertado, a administração do hospital não toma providências.

Segundo a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada), um tipo de regulamentação técnica proposta pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), uma sala como essa tem de estar climatizada entre 19°C e 22°C para a conservação segura dos itens.

No entanto, às 6h40 desta terça-feira (19), a temperatura no local era de 28°C. As janelas também precisam estar todas fechadas para evitar a entrada de insetos, mas uma abelha foi encontrada voando pela sala.

De acordo com a diretora do SindSaúde-SP, Cíntia Lopes, há cerca de um mês colocaram um ar-condicionado na parede que nem sequer está instalado. “O Seconci, entidade que administra o CHS, diz que falta gás no equipamento para que ele possa cumprir sua função de resfriar a sala”, explica a sindicalista.

Riscos aos pacientes

O calor da sala afeta não somente as condições de trabalho dos servidores, mas também a segurança dos suprimentos ali armazenados. Segundo Cíntia, esses itens precisam estar em local fresco para evitar a proliferação de bactérias e, em uma situação extrema, causar infecção hospitalar nos pacientes que os utilizarem.

Ainda de acordo com a servidora, o Seconci respondeu, depois de muita insistência, que o gás para o ar-condicionado havia sido comprado e que seria entregue ainda nesta terça-feira (19). “Até a entrega a gente não tem nada garantido, né?”, finaliza.

O Portal Porque enviou perguntas à assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde que informou, por meio de nota, que o aparelho de ar-condicionado da sala de insumos é novo, recebeu uma nova dose de gás e a umidade local está dentro dos parâmetros para conservação. A nota diz ainda que, como as próprias fotos publicadas no Portal mostram, todos os insumos estão embalados adequadamente, protegidos contra intempéries e eventos externos. Nenhum insumo está comprometido.

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