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Número de mortes no trânsito de Sorocaba cresce 20% nos três últimos anos

Somente entre janeiro e agosto, são 39 óbitos, a maioria de homens; aumento está atrelado à maior velocidade praticada nas vias da cidade

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)

Com velocidade máxima de 70 km/h, Avenida Dom Aguirre é uma das vias que mais registra acidentes com mortes. Foto: Divulgação/ Emerson Ferraz/Prefeitura de Sorocaba

Nesta segunda-feira (18), teve início a SNT (Semana Nacional de Trânsito) 2023. Mais que uma obrigação prevista no artigo 326 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), que deve ser realizada por todos os órgãos de trânsito, o período até o dia 25, é realizado nacionalmente como ápice para debater oficialmente aspectos da segurança viária no país.

Enquanto a Prefeitura de Sorocaba anuncia a programação da SNT, a cidade registra crescimento no número de vítimas fatais de acidentes de trânsito ao longo dos três últimos anos. Os dados obtidos pelo Sistema Infosiga, compreendidos no período de janeiro a agosto, demonstram que, em 2021, foram registradas 26 mortes nas vias urbanas.

Em 2022, 36 vidas foram perdidas e, este ano, já são 39 óbitos. Ou seja, nos três últimos anos, houve crescimento de 20% na quantidade de vítimas fatais do trânsito nas ruas de Sorocaba.

O aumento na quantidade de vítimas fatais está relacionado à maior severidade dos acidentes, ou seja, são provocados pela imprudência que envolve, entre outros fatores, o excesso de velocidade praticado.

Ainda de acordo com as informações divulgadas pelo Infosiga, a maior parte das vítimas nos três anos analisados são os motociclistas, que somam 53 vítimas fatais, seguidos pelos pedestres (31 mortos) e ciclistas (oito óbitos).

As outras vítimas fatais estavam em automóvel (seis vítimas), caminhão (uma vítima), ônibus (uma vítima) e um em veículo não registrado em boletim de ocorrência.

Do total de 101 vítimas fatais registradas, 83,17% são homens e 16,83% mulheres. Os jovens entre 18 e 24 anos são os que mais se envolvem em acidentes fatais, somando 16 vítimas.

Ao considerar a chamada “idade produtiva”, entre 18 e 44 anos, faixa etária com maior número de pessoas na mobilidade urbana por conta de compromissos com escola, trabalho e lazer, os números de óbitos representam cerca de 47% do total registrado.

A maior parte dos acidentes ocorre aos finais de semana, durante a noite e madrugada e as vias de maior velocidade, como as avenidas Dom Aguirre, Afonso Vergueiro e Itavuvu, somam mais casos de óbitos. Nelas, o limite de velocidade máxima varia entre 50km/h e 60 km/h.

Reforço na educação para o trânsito

De acordo com o advogado especialista em mobilidade urbana, Renato Campestrini, falar dos riscos, dos perigos no trânsito chega a ser repetitivo em alguns momentos. Todavia, enquanto o número de mortes e feridos graves no país continuar a ser alto, o trabalho de conscientização não pode parar.

“É comum nos depararmos, nas mídias sociais, com a comoção das pessoas quando um pai de família, um trabalhador vem a óbito em condições trágicas no trânsito, mas precisamos fortemente trabalhar a prevenção de tais eventos para que novas vidas não venham a ser desperdiçadas”, reforça o especialista.

Campestrini ressalta ainda que o processo de preservar vidas no trânsito passa pela educação e também pela fiscalização, “tendo em vista que todo sinistro de trânsito tem como origem uma infração que deu errado, ratifica esse entendimento o fato que 95% dos sinistros de trânsito tem a falha humana como origem”.

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