
Problemas de som, boas apresentações e muitos protestos contra o fascismo e o governo de Jair Bolsonaro marcaram a primeira noite (Foto: Reprodução Facebook)
O primeiro dia de Rock in Rio começou com muito heavy metal e protestos políticos. Durante os shows, a multidão, em coro, aproveitou para xingar o presidente Jair Bolsonaro (PL). As bandas também se posicionaram contra o governo nas apresentações. A noite de ontem, 2, contou com protestos nos shows internacionais do Iron Maiden, que teve problemas com o som, Living Colour e Gojira. As bandas nacionais que aproveitaram o palco para se posicionar foram Black Pantera e Ratos do Porão.
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Corey Glover, vocalista da banda Living Colour, dedicou o seu show a Marielle Franco, falou sobre fascismo e defendeu a democracia. O público apoiou as críticas da banda com gritos de “fora Bolsonaro”. Os roqueiros da Gojira falaram sobre desmatamento e sustentabilidade no Brasil, lembrando que o vocalista Joe Duplantier é um ativista ambiental, tendo visitado o Brasil em 2021 para fazer parte de um protesto indígena.
A banda nacional Black Pantera abriu a noite e recitou o poema “Me Gritaron Negra”, de Victoria Santa Cruz, logo no início da apresentação. No telão, a mensagem “vidas negras importam” reforçou o protesto. Na plateia, era possível ver bandeiras com frases de “Fora Bolsonaro” Também bandeiras nacionais, que são usadas por apoiadores do presidente, destacaram-se na multidão.
Os protestos foram bastante intensos no show da banda Sepultura. E a banda Ratos do Porão aproveitou para apoiar o Movimento Sem Terra (MST). A plateia, durante a apresentação, entoou “ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”. Os protestos continuaram até mesmo durante uma transmissão da Rede Globo, quando a repórter foi interrompida com gritos de xingamentos ao presidente. Algumas pessoas também aproveitaram a visibilidade midiática e fizeram um “L” com a mão, em referência ao candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Iron Maiden
Uma das apresentações mais esperadas da noite de ontem, 2, foi a da banda Iron Maiden. No entanto, a apresentação começou morna, teve problemas técnicos de som baixo, mas conseguiu decolar na parte final. O show também contou com protestos contra o presidente Bolsonaro e gritos de apoiadores, em contraponto.
As três primeiras músicas tocadas foram do disco recente “Senjutsu”, “Stratego” e “The writing on the wall”. Foi o momento mais melancólico do show, com um som tão baixo que quem estava mais distante do palco mal conseguia ouvir.
A plateia puxou gritos de “aumenta o som” e até vaiou o volume baixo, algo imperceptível para a banda no palco. As reclamações continuaram em “Revelations”, “Blood brothers”, “Sign of the cross” e “Flight of Icarus”, quando o som ficou um pouco mais alto.
Em “Fear of the dark”, clássico da banda dos anos 1990, os gritos do público já eram mais altos do que o som do palco. O vocalista Bruce Dickinson cantou a música segurando uma luz verde, e o público acompanhava com as vozes os fraseados na guitarra, como é tradição nos show do Iron Maiden. A plateia já estava ganha quando a banda puxou “Hallowed be thy name” e “The number of the beast”
Parte da plateia xingou o presidente Jair Bolsonaro, mas houve quem também quem vaiasse o coro com gritos de “mito”. As manifestações não chegaram a ter grandes proporções, mas foram suficientes para que o show destoasse das outras apresentações, que tiveram manifestações amplamente contrárias ao presidente da República.
Com informações do Uol e Folhapress