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Parada do Orgulho LGBTQIA+ leva discussão sobre direitos às ruas (veja galeria)

Mesmo debaixo de chuva, milhares de pessoas compareceram ao evento, neste domingo, na Praça Frei Baraúna, para reivindicar direitos e celebrar o orgulho de ser quem são

Maiara Beatriz (Portal Porque)
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha
  • 16a. Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba, 27/8/2023. Foto: Renata Rocha

A 16º Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba levou diversidade, diversão e representatividade para as ruas da cidade neste domingo (27). O evento começou às 13h, na praça Frei Baraúna, Centro. Mesmo com o frio e com a chuva, milhares de pessoas, de diferentes idades, abraçadas a bandeiras que representam a comunidade, foram às ruas, mostrando que, apesar dos retrocessos ocorridos no governo Bolsonaro, não foi abalado o orgulho de serem quem são e a esperança de dias melhores.

O evento de 2022 contou com cerca de 10 mil pessoas, segundo dados divulgados pela imprensa. Este ano, na avaliação mais comedida de organizadores, o número foi equivalente (mas há quem fale em 50 mil). A Parada começou na Praça Frei Baraúna e contou com três trios elétricos, que ofereceram muita música e apresentações de performistas. No local, também havia uma tenda da Secretaria da Saúde (SES), na qual era possível fazer uma testagem rápida para HIV e sífilis, além de outra do Conselho Regional de Psicologia. Os trios estavam programados para saírem da praça às 17h, com destino à pista de caminhada do Campolim.

O tema da Parada deste ano foi “Democracia sempre! Políticas de emprego e cidadania para LGBTQIA+!”. O organizador do evento, Ronaldo Pires, contou que o tema foi escolhido pela grande dificuldade que a comunidade tem de se inserir no mercado de trabalho, especialmente pessoas transexuais.

“Não podemos aceitar uma cidade com 800 mil habitantes que não abre o mercado de trabalho para travestis, transexuais e transgêneros. As gays pretas afeminadas, quando vão a entrevistas com o RH, já são dispensadas. Por isso, temos que abrir esse mercado de trabalho, pois o que queremos são oportunidades iguais”, explicou.

Na Parada, apesar de a maior parte do público ser jovem, era possível ver pessoas de diferentes idades que estavam abraçadas a bandeiras de representatividade lésbica, transexual, não-binária e do Orgulho LGBT. Pessoas brancas, pretas, de diferentes estilos, assim como famílias, compunham a diversidade do evento.

Como a jovem Helena Vaquero Garcia, de 12 anos, que estava acompanhada da mãe e dizia se identificar como não-binária. Quando perguntada sobre o motivo de ter ido ao evento, ela não hesitou: “Por ser um lugar que eu gosto, que eu me sinto feliz.”

A mãe, Rosângela Martins Vaquero, disse apoiar a filha, pois sabe dos perigos que ela pode encontrar pelo caminho. “Eu tenho que apoiar ela, a escolha dela. Eu vejo muita coisa acontecer. Então, se eu não a apoiar, quem vai?”, questionou. Além disso, a mãe também revelou que foi à Parada para aprender mais sobre a comunidade e o movimento LGBTQIA+.

Entre os vários grupos de jovens com cabelo colorido, roupas despojadas e bandeiras de representatividade LGBT, estava o de Benjamin, de 16 anos, não binário; Rafael Onyx, 16 anos, menino trans e panssexual, e Vincent, 19 anos, que também se identificava como um menino trans e panssexual.

Eles relataram que já participaram de outras edições da Parada. Rafael contou que em edições anteriores o público era menor e “as pessoas se vestiam o mais normalmente possível” por receio de julgamento, mesmo dentro do evento. Eles lembraram ainda que, na edição de 2021, ao passarem com o trio por alguns locais da área central de Sorocaba, algumas pessoas vaiavam, enquanto outras, das portas de estabelecimentos, jogavam papel nos participantes.

Apesar de algumas pessoas ainda afirmarem sentir receio com relação à segurança, o sentimento de orgulho e de acolhimento também era bastante notório entre os presentes. Assim como o grupo de Ludmila Paula Brito de Oliveira, de 21 anos. Ela se identificou como uma mulher lésbica. “Eu gosto muito do evento porque nos sentimos conectados com todas as pessoas LGBTs da cidade e é muito boa essa conexão.”

Giovana Neli, de 21 anos, que também se identificou como lésbica, falou que o evento é sobre pertencimento, sobre se sentir parte de um grupo e, assim, não se sentir sozinha.

Já Karen Chaves, de 20 anos, disse que esta foi a primeira Parada em que participou sendo assumidamente lésbica. “É mais sobre não sentir vergonha de quem eu sou. Antes, por não ser assumida e por ser de família evangélica, eu não podia sair. Hoje, eu coloco a cara e vou. Então, além de curtir, vim marcar presença e mostrar que não sinto vergonha.”

Assim como relatou o organizador Ronaldo Pires, a Parada é um movimento político e cultural, no qual “trazemos a população LGBT para buscar seu direito. E o direito começa com a política.” Por isso, muitas pessoas foram às ruas para reivindicar direitos, para se divertir e para mostrar o orgulho de serem parte da comunidade.

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16º Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Sorocaba Pista de Caminhada do Campolim Praça Frei Baraúna
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