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Conferência de Segurança Alimentar gera propostas da região para acabar com a fome

Representantes de 24 municípios participam de evento, na manhã desta sexta-feira (18), em Sorocaba; objetivo é reduzir número de pessoas em situação de fome ou em insegurança alimentar

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)

Delegados votam sugestões que agora serão encaminhadas à etapa estadual da conferência, marcada para setembro, em Brasília. Foto: Fabiana Blazeck Sorrilha/Portal Porque

O Brasil tem 33 milhões de pessoas em situação de fome e metade da população com algum grau de insegurança alimentar, de acordo com dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Com o objetivo de trabalhar para reduzir este número, representantes de 24 municípios participaram, na manhã desta sexta-feira (18), da etapa regional da Conferência de Segurança Alimentar e Alimentação Saudável, realizada na Faculdade Anhanguera, em Sorocaba.

Mais de 180 delegados, representantes dos municípios presentes, votaram as propostas que agora serão encaminhadas à etapa estadual da Conferência, marcada para setembro, em Barretos.

São esperados 450 delegados de municípios paulistas, sendo 300 da sociedade civil. As propostas já haviam sido enviadas pelos municípios, antecipadamente, para agilizar a escolha de dez em plenária.

De acordo com Kelly Cristina de Moura Bombem, coordenadora regional do Conselho de Segurança Alimentar, que engloba 79 municípios da região, o evento realizado em Sorocaba é bastante representativo porque cada uma das cidades presentes conseguiu se organizar para fazer suas conferências locais, justamente o que determina as Políticas Públicas de Segurança Alimentar.

“Como município, ele consegue executar essas políticas incentivando as conferências, mantendo seu conselho municipal participativo e montando sua Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional [Caisan], que é quem executa localmente as ações do conselho. Dessa forma, o município entra no Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, fortalecendo a rede pela erradicação da fome”, explica.

“Ter segurança alimentar é ter a soberania de escolher o que quer comer, baseada na cultura alimentar e nos alimentos que privilegiam a saúde e a produção local ou regional”, acrescenta a coordenadora.

Conselhos Regionais reativados

Depois da conferência estadual em Barretos, será realizada em Brasília, entre 11 e 14 de dezembro, a 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, cujo tema é “Erradicar a fome e garantir direitos com comida de verdade, democracia e equidade”.

O evento em Brasília será dividido três eixos:

1) Determinantes estruturais e macro desafios para a soberania e segurança alimentar e nutricional;
2) Sistema nacional de segurança alimentar e nutricional e políticas públicas garantidoras do direito humano à alimentação adequada;
3) Democracia e participação social.

As conferências em todas as esferas políticas marcam o retorno dos Conseas (Conselhos Regionais de Segurança Alimentar), após ter sido destituído no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O retorno acontece num momento crucial da sociedade brasileira, no qual a necessidade do fortalecimento da democracia e da participação social é fundamental para o restabelecimento de condições dignas de vida e cidadania.

O Consea é um uma das principais ferramentas de combate à fome e à miséria no país e foi essencial para que, em 2014, o Brasil saísse do Mapa da Fome da ONU em 2014.

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