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Ministro França diz que presidente Lula o enviou para ‘trazer porto’ a Sorocaba

Plano é duplicar a SP-79, entre Tapiraí e Juquiá, para tornar mais fácil o acesso ao litoral; "Aí sim, a região de Sorocaba vai ter mar também, pois vai ficar tão próximo, que é só um pulinho”

João Maurício da Rosa (Portal Porque)

O ministro Márcio França, de Portos e Aeroportos, fala durante o lançamento de um novo ciclo operacional do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), no Parque Tecnológico de Sorocaba. Foto: Renata Rocha/Portal Porque

A duplicação da rodovia SP-79 entre Tapiraí e Juquiá, famosa por sua trilha para observação de tucanos, tornaria Sorocaba mais próxima do litoral e de um provável porto em Peruíbe, Iguape ou Cananeia. A inusitada ideia foi defendida pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, durante cerimônia de lançamento de um programa de incentivo à exportação em Sorocaba nesta segunda-feira, 7.

Depois de anunciar que o aeroporto de Sorocaba será internacionalizado e passará a operar com voos regionais de carreira, França se voltou ao porto, a princípio parecendo brincadeira. “A outra tarefa que o presidente Lula me deu é pra gente trazer um porto, mas pra trazer um porto tem que ter mar, tem que ter rio… E para isso há muitos anos se debate a possibilidade de duplicação da SP-79, que vai abrir um caminho enorme para a BR-116, o Vale do Ribeira, Iguape e Cananeia. Aí sim, a região de Sorocaba vai ter mar também, pois vai ficar tão próximo, que é só um pulinho”, argumentou sob aplausos.

A promessa foi feita diante de mais de 500 pessoas no auditório principal do Parque Tecnológico de Sorocaba, que esteve parcialmente lotado durante lançamento de um novo ciclo operacional do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

O evento era protagonizado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo presidente da Apex, Jorge Viana. A mesa de honra foi composta ainda pelo diretor do Parque Tecnológico, Nelson Cancellara; Sandro Vidotti, diretor-geral da Athon Ensino Superior; Erly Domingues de Syllos, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Sorocaba; a deputada estadual Maria Lúcia Amary; o prefeito em exercício Fernando Martins da Costa Neto; os deputados federais Vitor Lippi, Silvio Torres e Simone Marquetto.

Na plateia, entre os convidados, estavam o padre Flávio Jorge, diretor da Santa Casa de Sorocaba, e o ex-prefeito e ex-deputado federal Antônio Carlos Pannunzio. Pànnunzio acaba de trocar o PSDB pelo PSB acompanhando a trajetória do vice-presidente Geraldo Alckmin, que citou o seu nome mais de uma vez durante o pronunciamento. O público contava também com empresários, estudantes universitários, prefeitos e vereadores dos municípios de Boituva, Araçariguama, Ibiúna, Piedade, Salto, Salto de Pirapora, Itaberá, Tapiraí, Itapeva, Cesário Lange, Iperó, Tietê e Campina do Monte Alegre, fora alguns prefeitos e comunicadores que apareceram sem fazer inscrição prévia.

O ministro Márcio França cumprira agenda momentos antes visitando o aeroporto Bertram Luiz Leupolz, que atualmente é um polo de serviços de manutenção em aeronaves. “Não temos mais voos de passageiros, temos voos de aviões executivos, mas de carreira não temos mais”, comentou. Segundo o ministro, é preciso ter mais aeroportos porque dentro do próprio Estado de São Paulo existem distâncias entre municípios que chegam a seis horas de viagem, como Presidente Prudente (em relação à capital).

França disse que foi por isso que o presidente Lula criou o ministério dos Portos e Aeroportos. “Nós precisamos de mais voos de passageiros. Temos 100 milhões de passagens vendidas neste semestre, um crescimento de mais de 6%, mas quando a gente abre o CPF de quem voa, só 10% da população voam”, disse França.

Em seguida o ministro anunciou o novo programa do Governo Federal de incentivo às viagens aéreas, o Programa Voa Brasil. De acordo com França, o programa prevê comercializar os 21% de poltronas vazias que as companhias não conseguem preencher nos voos nacionais durante a baixa temporada. O programa prevê passagens a R$ 200,00 para qualquer trecho nacional para pessoas que nunca voaram ou que não voaram no ano passado.

Viana promove Lula e o híbrido elétrico sorocabano da Toyota

O Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) foi criado em 2004 na primeira gestão do presidente Lula. A lembrança foi do presidente da Apex, o ex-senador e ex-governador do Acre, o petista Jorge Viana. Até então nenhum crédito fora concedido ao pai da criança.

Durante os pronunciamentos feitos na solenidade de lançamento do Peiex em Sorocaba, o nome do presidente Lula não deixou de ser lembrado pelos ministros Geraldo Alckmin e Márcio França, mas sem menção aos seus governos anteriores.

Jorge Viana não apenas repetiu o nome de Lula, como destacou os números que mostram a diferença de resultados ante o governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, e dos governos posteriores nos 12 anos em que ficou afastado da presidência (seis de Dilma e seis de Temer/Bolsonaro).

Antes, porém, o engenheiro florestal acreano expôs sua afinidade com o interior paulista e o agronegócio, lembrando que foi aluno interno de um colégio agrícola em Rancharia, região de Presidente Prudente, onde morou entre os 14 e 16 anos e se formou técnico-agrícola.

“Quando o presidente Lula assumiu (2003) o fluxo do comércio exterior brasileiro era de 100 bilhões de dólares. Oito anos depois, quando ele deixou (a Presidência) estava em 400 bilhões de dólares. Já tinha se criado aquela reserva internacional de 370 bilhões de dólares que depois caiu para U$ 320 bilhões (governo Bolsonaro), mas já está chegando de novo a U$ 380 bi. E quando saiu o presidente Lula, nestes 12 anos, o fluxo de comércio exterior saiu de U$ 400 bilhões de dólares para U$ 600 bilhões, um aumento de apenas 50%. O saldo da balança comercial no ano passado foi muito parecido com o que era dez anos atrás. E se não fosse o agronegócio e a exportação do óleo do pré-sal, a situação seria muito mais complicada”, comentou Jorge Viana.

“Há 20 anos se criou o programa e 20 anos depois se abriu uma janela de oportunidades”, exaltou. O cenário atual, segundo o presidente da Apex, é bastante animador. “Agora os números são incríveis. São 26 mercados novos que foram abertos com as andanças do ministro Fávaro (Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária), com as andanças do vice-presidente Alckmin e com as andanças do presidente Lula. Já passamos, até julho, de 200 bilhões de dólares de exportações”, destacou Viana.

O executivo também exaltou o modelo de carro elétrico híbrido que a Toyota está produzindo em Sorocaba e defendeu que o Brasil deve planejar um processo prolongado de transição para os carros elétricos. “A Toyota está apresentando sua nova etapa de investimento no carro híbrido mais moderno do Brasil, uma notícia extraordinária. Um carro que vem muito sintonizado com o enfrentamento da crise climática”, comentou.

Segundo Viana, o Brasil não tem a obrigação de adotar o carro elétrico imediatamente como parte do seu enfrentamento à crise climática. “Nós podemos fazer a transição com o híbrido com etanol da cana ou do milho, com biocombustível”, argumentou, lembrando que esta opção também contribui para ampliar a oferta de empregos, pois enquanto um carro 100% elétrico tem apenas 600 componentes, um carro convencional ou híbrido possui mais de cinco mil componentes.

Viana disse que após passar por 18 estados brasileiros, tem autoridade para dizer que Sorocaba está bastante na frente em seu projeto de se tornar um polo exportador de produtos com alto valor agregado.

“Sorocaba está se organizando para ser um polo exportador, chegou na hora certa e no que depender da Apex estamos à disposição, vim aqui para me apresentar ao trabalho nesta cidade tão importante para o Brasil”, finalizou.

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