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Defensoria Pública pede o encerramento imediato da operação policial no Guarujá

Operação defendida pelo governador Tarcísio e pelo secretário de Segurança, Guilherme Derrite, só perde em letalidade para o massacre do Carandiru

Rede Brasil Atual

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (de camisa clara), participa da Operação Escudo, no Guarujá. Foto: Polícia Civil de SP/Twitter

A Defensoria Pública de São Paulo pediu ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) o imediato fim da operação policial no Guarujá que já matou 16 pessoas desde sexta-feira (29).

Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, a ação iniciada após a morte e um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) não tem data para acabar. O governador já manifestou publicamente apoio ao que chama de “confronto”, negou excessos e disse que está “satisfeito”.

Em ofício enviado ao governo nesta quarta, 3, as defensoras públicas Fernanda Balera, Surrailly Youssef e Cecilia Nascimento, coordenadoras do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH), recomendam que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) tome as providências necessárias para interromper a operação imediatamente. E, “caso haja alguma excepcionalidade que a justifique”, que o Ministério Público seja devidamente informado, por escrito, sobre os detalhes e a identificação dos responsáveis pelo comando da operação.

As defensoras destacam que a operação é considerada a segunda mais letal da história da PM paulista. Perde apenas para o massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos. E pedem o uso de câmeras corporais nos uniformes de todos os policiais militares e civis envolvidos na operação. Isso para que as abordagens sejam registradas.

Afastamento de agentes envolvidos

A falta e câmera no uniforme dos policiais do Batalhão de Ações Especiais da PM (Baep) foi denunciada por parentes de um dos mortos na ação policial. Apesar disso, o governado disse que imagens das câmeras corporais dos agentes serão utilizadas para investigar eventuais abusos.

As defensoras recomendam também o afastamento temporário das funções de policiamento ostensivo dos agentes envolvidos em mortes durante a operação, que haja oferecimento de acompanhamento psicológico ou terapêutico a eles e que seja feita a preservação dos locais das ocorrências, com a finalidade de garantir investigação.

Ao UOL, a SSP afirmou em nota que tem ampliado a interlocução e compartilhamento de dados com diversas instituições, incluindo o Ministério Público e a Defensoria Pública, com o objetivo de aperfeiçoar as ações na área da segurança pública.

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