
Documento é entregue ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e também ao senador Paulo Paim (PT). Foto: Divulgação
A alta da taxa básica de juros, a Selic, motivou um protesto que será realizado, neste sábado (8), às 9h, na Praça Frei Baraúna, região central de Sorocaba. A manifestação será organizada por diversas centrais sindicais e movimentos populares, além do PT e do Psol.
A ação, que faz parte da Jornada Nacional de Luta contra os juros altos e a Política Monetária do Banco Central, também pede a saída do presidente do BC, Campos Neto, do cargo. Os atos serão realizados em diversas regiões do Brasil.
“A Região Metropolitana de Sorocaba é uma das que mais gera empregos no Estado de São Paulo, tanto na área comercial como na área industrial. As altas taxas impactam, sem dúvida, a vida da população e a economia local. Campos Neto, indicado por Bolsonaro [Jair Bolsonaro, ex-presidente], não nos representa com sua política. Essa taxa absurda está travando o crescimento econômico do país e impedindo a geração de empregos”, afirma Antonio Sergio Silvana de Moraes, coordenador da subsede da CUT-SP em Sorocaba.
Juros mais altos do mundo
O Brasil tem a taxa de juros real mais alta do mundo. A conta é feita considerando o patamar atual da taxa, descontando a inflação prevista para o ano vigente. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% e a inflação prevista, em torno de 6%. Com isso, o país acumula 8,77% de taxa de juros real.
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a principal medida de juros usada pelo Banco Central. Ela influencia todas as outras taxas brasileiras. Na prática, quando a Selic sobe ou se mantém em patamares altos, os empréstimos, financiamentos e investimentos tendem a ficar mais caros. O BC usa a taxa Selic para controlar a inflação, estimulando ou desestimulando o consumo.
Impeachment de Campos Neto
Nesta terça-feira (4), entidades sindicais protocolaram ao Senado um pedido de impeachment de Campos Neto. O documento foi entregue para o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e também para o senador Paulo Paim (PT).
O presidente do SMetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região), Leandro Soares, participou do ato em Brasília ao lado de outras lideranças sindicais, como o presidente da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), Loricardo de Oliveira.
Leandro aponta que é fundamental a mobilização da sociedade para pressionar por juros mais baixos. “O primeiro passo já demos junto com a CNM protocolado o impeachment do presidente do Banco Central. Entendemos que essa alta taxa de juros afasta investimentos no país e prejudica os trabalhadores que ficam sem condições de se alimentar com dignidade e sem poder de compra, deixando de lado o sonho da casa própria ou até mesmo do seu carro.”
O sindicalista completa que, no atual patamar, “a taxa de juros pode acabar acarretando desemprego porque o comércio e a indústria deixam de investir em nosso país. E não podemos deixar que os trabalhadores paguem essa conta”.
*Com informações da CUT/SP