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MP abre inquérito para apurar participação de Manga nos atos golpistas em Sorocaba

Denúncia é apresentada pelos advogados Raul Marcelo e Rodrigo Chizolini; Rodrigo Manga, Prefeitura e Base do Exército agora serão questionados pelo Ministério Público

Paulo Andrade (Portal Porque)

Manga confraternizou com bolsonaristas que bloquearam a Raposo Tavares e teria se omitido diante de acampamento golpista em frente à Base de Apoio do Exército. Foto: Reprodução/Facebook

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) abriu, na terça-feira (27), investigação para apurar a participação do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) nos atos antidemocráticos que aconteceram em Sorocaba após o segundo turno das eleições de 2022. A apuração inclui a confraternização do gestor municipal com bolsonaristas que bloquearam a Rodovia Raposo Tavares e a omissão dele diante do acampamento montado em frente à Base de Apoio do Exército, no bairro Santa Rosália.

A denúncia ao MPSP foi apresentada pelos advogados Raul Marcelo e Rodrigo Chizolini. Quem autorizou o inquérito civil contra o prefeito foi Lucas Koga Genovez, que é o 5º Promotor de Justiça Substituto da 19ª Circunscrição Judiciária e está assumindo as funções do 4º Promotor de Justiça de Sorocaba.

Em seu despacho de três páginas, o promotor determina que o representado (Rodrigo Manga), bem como a Prefeitura de Sorocaba e a Base de Apoio Regional do Exército sejam notificados sobre o início do inquérito.

Raul Marcelo afirma que “em 1º de novembro do ano passado, Manga participou de um bloqueio na Rodovia Raposo Tavares, no quilômetro 101, em Sorocaba, interior de São Paulo. Vídeos divulgados por ele nas redes sociais mostraram o prefeito enaltecendo os manifestantes e até fazendo uma oração com os bolsonaristas”.

“Em seguida, os mesmos manifestantes, frustrados com a derrota de Jair Bolsonaro, se dirigiram à Base de Apoio Regional do Exército e montaram acampamentos no local. O prefeito tem 30 dias para justificar sua omissão diante desse fato”, ressalta o advogado.

A Base do Exército também tem 30 dias para dizer, no inquérito, “se houve acampamento ou apenas manifestação; caso tenha havido acampamento, quantas pessoas aproximadamente ficavam no local e por quanto tempo e se houve medidas para retirada”.

Constituição Federal

Em sua decisão, o promotor Lucas Koga explica que os termos do artigo 127 da Constituição Federal incumbem ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Em uma postagem nas redes sociais sobre a instauração do inquérito contra Manga, Raul Marcelo ressalta que, nesta semana, Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, se tornou inelegível por oito anos após mentiras e ataques à democracia. “Isso reforça que a Justiça não tolera atos golpistas e contrários à Constituição de 1988”, afirma.

“No caso de Sorocaba, existem imagens e áudios que comprovam a participação do prefeito em atos antidemocráticos, tanto que o MP aceitou a nossa denúncia. Manga precisa ser responsabilizado por participar do fechamento da rodovia e também por sua omissão, já que ele ficou de braços cruzados diante de manifestantes pedindo intervenção militar em frente ao quartel [Base de Apoio do Exército”, reforça o advogado, autor da denúncia.

Raul Marcelo de Souza e Rodrigo Chizolini são os advogados que apresentaram e representam a denúncia junto ao MPSP. Foto: Divulgação

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