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Com três votos contra, Câmara aprova empréstimo de R$ 62 mi para Governo Manga

Em meio a uma crise financeira em Sorocaba, prefeito consegue aprovar empréstimo para melhorar iluminação; dois anos atrás ele já havia emprestado recursos para realizar obras viárias

Paulo Andrade (Portal Porque)

Projeto de empréstimo para iluminação foi aprovado nesta quinta-feira (29); opositores lembram que Sorocaba passa por várias crises no orçamento, na saúde e na educação. Foto: Divulgação/Reinaldo Galhardo

Em sessão extraordinária na tarde desta quinta-feira (29), os vereadores de Sorocaba autorizaram o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) a emprestar mais R$ 62,2 milhões, agora do Banco do Brasil, com a justificativa de trocar lâmpadas convencionais por LED nos 70 mil bicos de luz existentes na cidade.

Os opositores ao projeto lembraram que Sorocaba passa por crises na saúde, no saneamento básico e na educação, além de ter recebido um alerta do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de que as finanças do município correm riscos.

Os votos contrários ao empréstimo foram de Iara Bernardi (PT), Fernanda Garcia (Psol) e Francisco França (PT). Em 2021 o prefeito já havia conseguido que a Câmara aprovasse um empréstimo de 50 milhões de dólares (cerca de R$ 300 milhões na época). Os recursos seriam usados em obras viárias do “Sorocaba tem pressa”.

Política eleitoral

Iara, crítica ao projeto, afirmou que a cidade passa por um “momento dramático”. De acordo com ela, todos os pedidos, requerimentos e indicações feitos pelo Legislativo recebem como resposta do Executivo que não há verbas e não há orçamento.

Para Fernanda, o fato de o prefeito priorizar a iluminação da cidade – em detrimento de outras áreas – “parece política eleitoral”, pois, segundo ela “mostra uma cidade bonita, iluminada, mas com falta de médicos, de dipirona nos postos de saúde, sem infraestrutura, com esgotos a céu aberto”.

Versão do governo

O líder do governo na Câmara, João Donizeti (PSDB), esclareceu que o novo empréstimo, que totaliza R$ 62.207.842,12, não prevê instalação de novos pontos de luz em locais necessários, mas sim “modernizar” a iluminação em pontos já existentes.

Ainda de acordo com ele, o prazo de carência para começar a pagar o empréstimo é de três anos. O tempo de execução de um futuro contrato seria de um ano. Ele também ressaltou a economia de energia com as lâmpadas de LED. Hoje, o município paga R$ 24 milhões por ano de energia à CPFL.

Porém, até a bancada de sustentação do governo na Câmara, como Dylan Dantas (PSC), exige que as obras prometidas com o empréstimo não “fiquem só na promessa”. Ele defendeu que cabe a eles (como vereadores) cobrar a realização do serviço.

 

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