
Batalhão da PM de Salto onde o crime foi praticado em 15 de maio; primeira audiência judicial está marcada para 29 de junho. Foto: V. Lenzi Jr./Jornal Taperá
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo tornou público, nesta terça-feira (20), que acatou a denúncia do Ministério Público Militar contra o sargento Claudio Henrique Frare Gouveia, que matou a tiros de fuzil dois colegas de farda em 15 de maio, dentro da 3ª Companhia de Polícia Militar de Salto, cidade distante cerca de 45 quilômetros de Sorocaba.
Gouveia teria matado o capitão Josias Justi da Conceição Junior com nove tiros e o sargento Roberto Aparecido da Silva com outros quatro disparos. O acusado permanece preso. A primeira audiência de instrução do processo será dia 29 de junho, no Tribunal de Justiça Militar.
A denúncia da promotora do caso, Giovana Guerreiro, acusa Gouveia de dois homicídios duplamente qualificados, praticados por motivo fútil e com impossibilidade de defesa por parte das vítimas. Ainda de acordo com a denúncia, o crime foi motivado pela insatisfação do atirador em relação a uma alteração na sua escala de serviço.
Escala e outras ‘complicações’
Rogério Augusto Dini, que defende o acusado, afirmou, logo após o crime, que o capitão Josias teria trocado a escala de Gouveia para confrontar com a escala da própria esposa do então sargento, que também é policial militar.
Ainda de acordo com declarações da defesa, além da questão da escala de serviço, o atirador estaria passando por situações “complicadas” dentro do próprio batalhão, chegando a reclamar que estaria sendo perseguido por colegas. “Ele agiu por impulso decorrente das situações”, argumenta Rogério Augusto Dini.
Gouveia e esposa são de Araçatuba, interior de São Paulo, e estavam morando em Salto. O casal tem filhos e um deles ainda é bebê.
Os corpos do sargento Roberto e do capitão Josias foram sepultados no cemitério Pax, em Sorocaba, em 16 de maio. Josias Justi, 39 anos, era casado e tinha dois filhos, um de cinco e outro de três anos. Roberto Aparecido tinha 52 anos e deixou esposa e três filhos, de 29, 18 e 15 anos.
Após cometer os crimes, Gouveia se entregou a outro sargento do Batalhão e foi detido em seguida. Ele permanece preso no Presídio Militar Romão Gomes, no município de São Paulo.
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