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Empresários que defenderam golpe em mensagens privadas são alvos da PF

Redação Porque

Um grupo de empresários que defendeu um golpe de Estado, caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições para a Presidência da República, é alvo de operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira. A PF cumpre mandados de busca e apreensão em cinco Estados. No grupo intitulado Empresários & Política, vários deles se manifestaram favoráveis a apoiar um golpe para impedir que Lula assuma a Presidência.

As buscas nas residências dos suspeitos, em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará, foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O ministro também determinou o bloqueio de contas bancárias e das redes sociais de empresários investigados, além da quebra do sigilo financeiro. Moraes também autorizou que os empresários sejam ouvidos pela PF.

Entre os alvos da operação, estão Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormai, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.

O escândalo envolvendo grandes empresários nacionais – alguns dos quais se intitulam publicamente “patriotas” – foi revelado pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles. Como ele noticiou, com prints de tela das conversas do grupo, empresários apoiadores de Jair Bolsonaro defenderam abertamente um golpe de Estado (veja as reproduções das mensagens no site Metropoles).

“Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes”, escreveu José Koury. Ao que Morongo (Marco Aurélio Raimundo) respondeu: “Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição. Golpe é a velha mídia só falar merda.”

Entre os alvos estão Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormai, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.

Agora negam 

Após a divulgação das mensagens que defendiam golpe, Luciano Hang, dono da Havan, confirmou ao jornal Folha de S.Paulo que integra o grupo, mas disse que quase nunca se manifesta e em momento algum falou sobre os Poderes.

“Vejo que meu nome vende jornal e gera cliques. Me envolvem em toda polêmica possível, mesmo eu não tendo nada a ver com a história”, disse Hang à Folha de S.Paulo. “Sou pela democracia, liberdade, ordem e progresso.”

Questionada sobre as manifestações do fundador no grupo de empresários, a assessoria da Tecnisa informou que a companhia “não fala em nome de Meyer Nigri” e que ele “não é porta-voz da empresa”.

“A Tecnisa é uma empresa apartidária, que defende os valores democráticos e cujos posicionamentos institucionais se restringem à sua atuação empresarial”, informou, por meio de nota.

Afrânio Barreira, do grupo Coco Bambu, divulgou nota no qual afirma que nunca se manifestou a favor de qualquer conduta que não seja institucional e democrática. Acrescenta que ações que visem a romper com a democracia não correspondem ao seu pensamento e posicionamento.

“A democracia é a chave para construção de um Brasil melhor. Valorizo, e muito, a oportunidade de conseguir votar e escolher os representantes de nosso povo brasileiro, e todo cidadão deveria ter a consciência da importância deste momento. Valorizo e sempre defenderei um processo eleitoral honesto e justo”, afirmou o empresário, que acrescenta muitas vezes se manifestar com reações em “emoticon” a alguma mensagem, mas sem necessariamente estar endossando seu teor, ou ter lido todo o seu conteúdo.

“Não somos conspiradores nem a favor de nenhum golpe”, disse o empresário José Koury, por meio de nota encaminhada por sua equipe de comunicação. “As mensagens obtidas em um grupo privado de amigos do WhatsApp foram deturpadas em seu sentido e contexto.” Ainda segundo ele, os empresários são contra qualquer tipo de ditadura. Ele também disse que não iria comentar mais sobre o assunto.

A preocupação com investidas frequentes de grupos bolsonaristas contra a democracia levou entidades empresariais e da sociedade civil, políticos e cidadãos a endossarem cartas em defesa do Estado de Direito democrático no Brasil.

Ao Metrópoles, alguns empresários também se manifestaram negando que defendem um golpe de Estado ou que apoiam atos que sejam ilegítimos, ilegais ou violentos.

Da Redação, com informações do Metropoles e da Folhapress

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