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Manutenção da Selic a 13,75% inviabiliza investimentos, diz economista do Dieese

Copom manteve a taxa Selic em seu patamar mais alto, alegando motivos internos e externos; decisão é combatida pelo setor produtivo

Jônatas Rosa (Portal Porque)

Taxa de juros não será fator que impulsionará a retomada econômica, avalia economista do Dieese em Sorocaba, Fernando Lima. Foto: divulgação/Portal Brasil

Pela sexta vez consecutiva, a taxa de juros básica, a Selic, ficou em 13,75%. A decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central (BC), foi anunciada na noite desta quarta-feira, 3 (veja a nota na íntegra aqui). O patamar é o mesmo desde agosto de 2022, quando o órgão subiu a taxa de 13,25% para o número atual.

O economista Fernando Lima, da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), diz que a manutenção da Selic no atual patamar é prejudicial para o país.

“Do ponto de vista prático, não será pela política monetária que teremos os estímulos necessários para que a economia brasileira cresça com robustez. Muito pelo contrário, o que observamos é que a manutenção dos níveis elevados da taxa de juros Selic inviabiliza os grandes projetos e atinge principalmente o setor industrial”, afirma.

“Cenário adverso”

Para os membros do Copom, casos envolvendo os bancos no exterior elevam a incerteza sobre as condições financeiras, fazendo o ambiente externo se manter adverso. No Brasil, o órgão aponta que a inflação ainda segue acima do intervalo compatível com a meta.

No comunicado, o Copom destaca incerteza com relação à finalização do projeto de arcabouço fiscal, apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que precisa ser votado pelo Congresso Nacional.

Para o Copom, “a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal”, mas alerta que “o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária”.

Sobre a Selic

A Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a principal medida de juros usada pelo Banco Central. Ela influencia todas as outras taxas brasileiras. Na prática, quando a taxa Selic sobe ou se mantém em patamares altos, os empréstimos, financiamentos e investimentos tendem a ficar mais caros.

O BC usa a taxa Selic para controlar a inflação, estimulando ou desestimulando o consumo.

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