A absolvição de dois policiais militares acusados de matar negros desarmados, em fevereiro e março de 2023, pelo Tribunal do Júri em Sorocaba, é um reflexo do pensamento político dominante no município. Quem afirma é a escritora e psicanalista em formação Maria Teresa Ferreira, idealizadora do Projeto Enegrecendo, convidada da edição desta terça-feira (25) do Porque Sem Filtro, o webjornal do Portal Porque.
Para Maria Teresa, há uma política de desmonte em andamento em Sorocaba, comandada pelo atual chefe do Poder Executivo [se referindo ao prefeito Rodrigo Manga (Republicanos)], o qual descreve como “conservador, midiático e populista”.
“Na medida que eu olho para esse governo [municipal], para essa Câmara e vejo tudo desmontando, eu fico me perguntando: o que a gente vai construir nesse lugar? E eu tenho percebido que a gente não tem construído. E o que comprova isso é quando você tem dois meninos negros que são assassinados, com todas as provas de que eles foram assassinados, e nada aconteceu a eles [policiais militares acusados]”, destaca.
Estudiosa das áreas de raça e gênero, com foco na produção intelectual e visibilidade de pessoas negras, Maria Teresa já atuou na articulação política e nos movimentos sociais em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Em Sorocaba, é integrante da Unegro (União de Negras e Negros pela Igualdade). Também é autora do livro “A menina que lia o vento”, lançado em novembro de 2022, além de coautora de “Narrativas de liberdade: marcha das mulheres negras de São Paulo” e da obra “Carolinas – A nova geração de escritoras negras brasileiras”.
Durante a entrevista ao Porque Sem Filtro, além de analisar o cenário local, Maria Teresa contou o que é e como surgiu o Projeto Enegrecendo, relembrou sua trajetória de articulação política e nos movimentos sociais, além de falar sobre os bastidores do lançamento de “A menina que lia o vento”.
Confira a íntegra da entrevista (a partir de 9min22s):