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Tênis Clube Sorocaba será sede, de sexta a domingo, do 1º Torneio Pro-Profissional

Com a realização desta competição, cidade volta ao cenário internacional da modalidade após 15 anos, quando recebeu a fase zona americana da Copa Davis

Rivail Oliveira (Portal Porque)

Em 2008, o Brasil de André Sá, Marcelo Melo e Marcos Daniel derrotou a Colômbia por 4 a 1: Tênis Clube de Sorocaba foi palco deste evento internacional. Foto: Divulgação

Sorocaba está prestes a retornar ao cenário internacional do tênis com a realização, de sexta-feira (5) a domingo (7), do 1º Torneio Pro-Profissional. A competição será realizada no Tênis Clube – Avenida José Joaquim de Lacerda, 519, Jardim Sorocabano – e distribuirá mais de R$ 6 mil de premiação entre os colocados.

É o atleta, técnico e empresário Hélio da Silva Ferreira, o Helinho, quem está por trás desta empreitada. Aliás, também foi ele que, em 2008, trouxe à cidade a fase zona americana da Copa Davis. Na ocasião, o Brasil de André Sá, Marcelo Melo e Marcos Daniel derrotou a Colômbia por 4 a 1.

Ao Portal Porque, o maior nome do tênis local, com muitas conquistas no currículo, detalhou como será o 1º Torneio Pro-Profissional Tênis Clube Sorocaba. Ainda em atividade, mas agora disputando competições da categoria 60 anos, inclusive algumas internacionais, ele revelou ainda os motivos que o levaram a somente agora voltar a promover eventos na cidade.

Helinho aproveitou para adiantar os planos que têm para modernizar o Tênis Clube Sorocaba e comentou sobre a ausência de tenistas da cidade e da região nos circuitos estadual e nacional. Confira a entrevista exclusiva:

Portal Porque – Como vai ser esta volta dos torneios internacionais a Sorocaba?
Hélio Ferreira – Esse torneio que nós vamos fazer agora não vale pontos para a ITF [Federação Internacional de Tênis]. Para fazer um torneio profissional, valendo mesmo para o Circuito Mundial, como eu fazia antes, hoje tem de ser na sequência de algum outro que haja no Brasil. Não pode ficar isolado. Eu sempre fazia com Piracicaba e São Paulo. Por que é assim? Porque os estrangeiros que vêm para jogar atrás de pontos, vêm e fazem uma turnê.

PP – Qual será a dimensão do torneio que você pretende promover no início de maio?
HF – Vamos fazer um torneio pequeno. De R$ 7 mil, no máximo, para ver como é que o pessoal vai aceitar. Não vale pontos para o ranking, mas vão vir jogadores muito fortes por causa da premiação. Em cima disso nós vamos ver o que vai acontecer daqui para o final do ano.

PP – O que motivou vocês a promoverem um torneio após 15 anos, mesmo não valendo pontos para o ranking?
HF – Porque surgiu uma parceria com caras que querem investir novamente na modalidade. Mas vou promover esse torneio de maio bem com os pés no chão, em cima do dinheiro que me destinarem. Se há dinheiro a gente faz, se não tem a gente não faz e é assim que vai funcionar daqui em diante. Antes alguns daqueles torneios eu mesmo bancava. Foi legal! Não reclamo, não! Mas em Sorocaba eu sou o único que promove torneios. É uma judiação! Tinha de ter mais gente fazendo.

PP – A Copa Davis em Sorocaba foi em 2008. Por que vocês pararam de realizar torneios depois disso?
HF – Porque eu levei um prejuízo muito grande e isso me desanimou. Eu gosto do tênis e faço tudo pelo tênis, mas aqui no Brasil, infelizmente, não é assim que funciona. Prova disso é que não tem mais ninguém jogando tênis profissional. A Argentina, que tem 30 milhões de habitantes, possui 25 jogadores entre os cem melhores do mundo. Já o Brasil, com 220 milhões de habitantes, não tem nenhum entre o cem. Isso é uma vergonha! Aí fica bem explícito como é o tênis nosso.

PP – Você é maior tenista da história de Sorocaba e região e segue agora no sênior com conquistando grandes resultados. Como vem sendo isso?
HF – Eu adoro jogar tênis. Nesse primeiro ano na categoria 60 anos eu pretendo ficar entre os 15 primeiros do mundo. Além dos torneios deste semestre – Chile, Argentina, Brasília e Peru -, teremos outros ao longo do ano. Minha esposa [Rosângela Fritelli] também seguirá esse roteiro, pois ela está muito bem no ranking.

PP – Temos tenistas de alto nível e de qualidade em Sorocaba e região?
HF – Temos sim, mas nesse nível só nós [se referindo a ele e a esposa] e a Alice [Alice Ghiraldi, jovem sorocabana] que tem muito talento e vem sendo uma das melhores na base do Brasil. Tem uma molecada que joga bem, mas não tem dinheiro [para seguir a carreira]. O tênis é um esporte muito caro. Tem essa questão do esforço isolado de um pai ou de outro para tentar pôr o filho no Circuito Nacional, mas é muito difícil, apesar de alguns tentarem até os 17 anos. Aí uma hora eles veem que é difícil e param. É uma judiação isso.

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