
Superlotação das salas de aula é uma das consequências do fechamento de salas, que não teve a participação das escolas. Foto: governo de SP
Um ato para exigir a reabertura de salas de aula fechadas recentemente na rede estadual de ensino está programado para esta quarta-feira (26), às 10h, em frente à Diretoria de Ensino de Sorocaba, convocado pela subsede Sorocaba e região da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Professores e estudantes da rede estadual de ensino foram surpreendidos, na semana passada, com o fechamento de dezenas de salas de aula, na virada do primeiro para o segundo bimestre letivo, nas escolas de todo o estado de São Paulo.
“Não há justificativa para essa medida do governo estadual”, afirma Paula Penha, diretora estadual da Apeoesp e integrante da coordenação da subsede Sorocaba.
“É uma política nova da Seduc [Secretaria de Estado da Educação] na gestão Tarcísio/Feder [Renato Feder, secretário de Educação]. Nunca aconteceu um fechamento tão significativo de salas de aulas do primeiro para o segundo bimestre”, informa.
Segundo Paula, o governo do Estado implantou um aplicativo e fez forte pressão sobre os professores para que o utilizassem, a fim de registrar a chamada.
“Na verdade, depois a gente descobriu que toda essa pressão, essa novidade do aplicativo não veio para melhorar a educação, as condições de ensino. Pelo contrário, ela foi usada para que o governo pudesse fechar as salas onde houve menor comparecimento de estudantes”, relata.
Na semana passada, as escolas receberam ordem para fechar as salas de menor frequência e transferir seus alunos para outras turmas.
“Não foi algo que partiu da escola. Foi uma ordem que partiu direto da Secretaria da Educação via Diretoria de Ensino”, informa a dirigente, lembrando que em algumas escolas foram fechadas de cinco a seis aulas.
“Os alunos chegaram para as aulas e aquela turma em que eles estavam desde o início do ano letivo simplesmente não existiam mais.”
Os prejuízos decorrentes dessa medida são muitos: “Os prejuízos são para os alunos, que vivem essa situação de bagunça. Em vez de serem acolhidos pela escola, são jogados daqui para lá. Eles foram para outras salas, que ficaram superlotadas, dentro do limite legal que é, por exemplo, de 44 alunos no ensino médio, mas em salas cujos espaços físicos não comportam esse número de estudantes.”
Os prejuízos se estenderam também para os professores, que perderam aulas. No caso dos efetivos, que têm uma determinada jornada a cumprir, será preciso recompor a jornada, agora com salas mais cheias. Já os não efetivos têm prejuízo financeiro, pois perdem a carga horária e terão que esperar surgirem novas aulas em substituição para recompor as aulas perdidas.
A subsede Apeoesp Sorocaba e região está à disposição dos profissionais da Educação, bem como de toda a comunidade escolar, para denunciar fechamento de salas de aula na rede estadual de ensino pelo WhatsApp: (15) 98187-7935.
A mobilização faz parte das atividades da Greve Nacional da Educação convocada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e que acontece em todo o País.